Projeto da Rússia prevê uma nova estação espacial menor e que apresenta conceito simplificado em relação a ISS
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 17/08/2022, às 16h25
A agência espacial da Rússia, a Roscosmos, apresentou o projeto de uma nova estação espacial que deverá ser lançada ao final do acordo da atual Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em 2024.
O programa batizado de Estação Orbital Russa (ROSS) deverá ser conduzido pela Energia Rocket e Space Corporation, sendo lançado em duas fases.
A maquete apresentada pelos russos mostra que a nova ROSS será montada em uma série de lançamentos, com a fase I prevendo o lançamento de quatro módulos e montados no espaço de forma autônoma, permitindo o início dos trabalhos a bordo. Em uma segunda etapa mais dois módulos serão lançados e unidos a estrutura primária, incluindo uma plataforma de serviços. Embora com dimensões inferiores a ISS, a nova ROSS permitirá a Rússia prosseguir seus trabalhos e pesquisas espaciais.
O projeto prevê que a ROSS seja visitada apenas eventualmente, quando algum projeto ou estudo tenha que ser validado ou avaliado em microgravidade. O objetivo é reduzir os custos operacionais existentes com estações permanentemente habitadas, como o caso da ISS.
Ainda que a Roscosmos não tenha apresentado um cronograma, apenas confirmou que não vai continuar apoiando os esforços na ISS.
Todavia, a NASA e a ESA (agência espacial europeia) e a JAXA (agência espacial do Japão) pretendem operar a ISS ao menos até 2030, quando deverão avaliar o caminho da exploração espacial, que poderá partir para uma estação lunar permanente.
Há vários anos, especialmente após a anexação da Criméia por Moscou, os russos avaliam seguir sozinhos no programa espacial, construindo uma estação própria e sem qualquer vínculo internacional.
A China, que nunca foi convidada para participar da ISS, planeja que sua estação Tiangong esteja plenamente operacional até o final do ano. Com dimensões modestas perto da ISS ou mesmo dos planos da ROSS, o laboratório espacial chinês demonstrou a capacidade de Pequim em desenvolver soluções tecnológicas avançadas de forma independente.
O futuro da ISS, sem os russos, dependerá de novos recursos dos países membros. Sem o segmento russo, responsável pela navegação e controle da espaçonave, haveria a necessidade de um novo módulo ser lançado. Uma das expectativas é que alguma empresa privada se torne sócia da ISS, assumindo aproximadamente 25% do projeto, que seguiria em órbita ao menos até 2030.