Tradição familiar britânica na aviação militar é seguida de pai para filhos
Por André Magalhães e Edmundo Ubiratan Publicado em 05/05/2023, às 15h25
A tradição das principais casas reais europeias prevê que os príncipes sirvam as forças armadas. Com o então Príncipe Charles não foi diferente, que logo ao atingir a maioridade dedicou parte do seu tempo a vida militar, ingressando tanto na Real Força Aérea (RAF na sigla em inglês) e na Marinha Real (Royal Navy).
Seu primeiro contato militar ocorreu na RAF, que ingressou enquanto estudava na universidade de Cambridge em 1970. Depois de cursar aulas teóricas passou a voar no avião de treinamento primário Royal Chipmunk, o mesmo usado na instrução de seu pai, o Príncipe Philip. O avião foi modificado, ganhando uma luz vermelha no topo, em referência a sua versão Real.
Na sequência Charles passou a pilotar o Basset CC1, onde registrou mais 90 horas de voo antes de ser transferido para o curso de treinamento completo de jato, voando os BAC Jet Provost.
“Ele era dono de seu próprio destino. Voar sozinho deu a ele, e de fato a todos os outros monarcas que já voaram, uma grande satisfação e provavelmente é por isso que eles adoram voar", disse Sir Richard Johns, um dos intrutores de Charles.
Após obter licença de piloto, em 1971, Charles ingressou na carreira naval e se matriculou em um curso de seis semanas no Royal Naval College Dartmouth. Durante o período de 1972 e 1973 serviu no destróier HMS Norfolk e nas fragatas da classe HMS Minerva, sendo designado para o HMS Júpiter um ano depois.
Na Marinha Real obteve a licença de piloto de helicópteros no RNAS Yeovilton e posteriormente ingressou no 845 Naval Air Squadron, passando a voar o Westland Wessex a partir do porta-aviões HMS Hermes. Por fim, já em 1976 comandou por dez meses o navio caça-minas HMS Bronington.
O interesse pela aviação vem de pai para filho na Família Real Britânica. O príncipe Philip também era piloto e fez carreira militar, da mesma forma que os filhos do Rei Charles III, os príncipe William e harry, também seguiram a carreira de piloto militar. O Príncipe Harry inclusive atuou como piloto de helicóptero em combates reais no Afeganistão. Em declaração recente o monarca afirmou que foi responsável por diversos ataques contra membros do talibã.
A Rainha Elizabeth II, que morreu em 2022, após 70 anos de reinado, também teve carreira militar. A mais longeva monarca do Reino Unido foi motorista e mecânica de veículos durante a Segunda Guerra Mundial.