Combustível foi o que mais subiu no ano e superou alta da gasolina e gás de cozinha
Marcel Cardoso Publicado em 11/01/2022, às 09h15 - Atualizado às 19h17
A alta do dólar em relação ao real também é preocupante, diz Abear | Foto: Divulgação
O preço do querosene de aviação (QAV) acumulou alta de 76,2% de 4 de janeiro a 13 de dezembro de 2021, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) com os dados mais atuais disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O resultado mostra que o QAV foi o combustível de consumo em massa cujo preço teve a maior valorização no ano passado, acima do diesel (+56%), da gasolina (+42,4%) e do gás de cozinha (+36%), que têm sido apontados como um dos principais responsáveis pela escalada da inflação no país, que deverá ter fechado os últimos 12 meses em dois dígitos.
Segundo o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, “a disparada do preço mostra como os custos estruturais do setor aéreo nos preocupam e podem inibir uma retomada mais consistente da aviação comercial. Ainda temos a pressão dos constantes recordes de cotação do dólar em relação ao real, já que mais de 50% dos nossos custos são indexados pela moeda norte-americana”.
Além da alta dos combustíveis, os custos de infraestrutura aeroportuária também preocupam. Em outubro, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) questionou os iminentes aumentos das taxas cobradas por concessionárias de aeroportos e provedores de serviços de navegação aérea, como uma forma de compensar as perdas causadas pela pandemia de covid-19.
Um exemplo é o que vai acontecer no Reino Unido, onde a Autoridade de Aviação Civil (CAA) autorizou que a tarifa paga pelas companhias aéreas pela utilização do aeroporto internacional de Heathrow (LHR), em Londres, tenha um aumento de mais de 50% este ano.