Empresa britânica se despede do Jumbo após 36 anos de operação com o modelo
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 22/12/2020, às 09h00 - Atualizado às 16h35
Último voo do 747 na Virgin Atlantic foi entre Londres e Las Vegas
A Virgin Atlantic realizou ontem (21) seu voo final com o Boeing 747-400, voando entre Londres e Las Vegas, nos Estados Unidos. A companhia se notabilizou por vários anos por operar apenas aviões quadrimotores, tendo o 747 como o símbolo de seus serviços.
O último Jumbo da empresa (matricula G-VROY), batizado de Pretty Woman, deverá ser convertido como aeronave de transporte de tropas, contanto com classe única, atendendo especialmente contratos com o Departamento de Defesa.
A Virgin Atlantic se despediu de seu último Boeing 747 em seu vôo final do Aeroporto Heathrow de Londres (LHR) para o Aeroporto Internacional McCarran de Las Vegas (LAS), nos Estados Unidos, em 21 de dezembro de 2020.
O 747 operou por 36 anos nas cores da empresa aérea britânica, ganhando destaque por ser um dos primeiros aviões a contar com a classe econômica premium, além de interior com comodidades até então incomuns, como vídeo sob demanda.
Último 747-400 da Virgin, o G-VROY, será convertido para o transporte de tropas nos Estados Unidos
A Virgin Atlantic até meados dos anos 2000 tinha uma frota composta apenas pelos Boeing 747 e Airbus 340, tendo como slogan ‘four enginer, for long haul’ (quatro motores para longo alcance, em tradução literal). Na ocasião o uso de aeronaves quadrijato evitava as restrições ETOPS, que limitam a distância que uma aeronave pode voar distante de uma alternativa, algo especialmente critico em rotas oceânicas. Porém, o advento de motores mais modernos tornou possível certificação ETOPS 330, por exemplo, tornando na prática pouco atraente os quadrimotores mesmo em rotas transatlânticas ou transpacíficas.
Os últimos sete 747-400 da Virgin haviam sido retirados de serviço em maio de 2020, com a pandemia de covid-19 antecipando o processo em mais de um ano.
A Virgin Atlantic enfrenta um processo de reestruturação, tendo inclusive protocolado um pedido dentro da lei de falências dos Estados Unidos, visando evitar sua liquidação por parte de credores. Em meados de maio a empresa também encerrou suas operações no aeroporto de Gatwick, na região metropolitana de Londres, demitindo ainda 3.100 funcionários.
No último mês de agosto uma série de negociações permitiram alavancar fundos emergenciais para manter as operações de curto prazo. Porém, a Virgin foi obrigada a rever seu plano de frota, incluindo encerrar definitivamente o uso do Jumbo.
Boeing 747 da Virgin Atlantic se notabilizou por serviço superior em todas as classes