Força Aérea da Itália escolheu o KC-46 Pegasus para substituir seus atuais KC-767 que somam quase 20 anos de serviço
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 08/11/2022, às 17h00
A Itália poderá substituir seus quatro Boeing KC-767A atualmente operados pela Aeronautica Militare (força aérea italiana) por seis KC-46ª Pegasus, a variante também derivada do 767 destinada a reabastecimento aéreo.
O programa de modernização da frota de aviões de reabastecimento da Aeronautica Militare é orçado em 1,1 bilhão de euros, que deverá constar no orçamento de 2023.
A Itália opera com os KC-767A desde 2005, sendo a primeira força aérea no mundo a receber o modelo.
Embora ambos os aviões sejam baseados na plataforma do 767-200, o KC-46 é uma versão recém-desenvolvida e que conta com uma série de inovações, como melhor capacidade de reabastecer diversos tipos de aeronaves em qualquer condição climática.
A agência determinou que a aquisição dos seis Pegasus está condicionada a devolução dos quatro KC-767 para a Boeing, visando reduzir os custos de aquisição.
A escolha após uma concorrência com o Airbus A330 MRTT, que foi descartado por oferecer maiores custos de transição e a necessidade de uma completa revisão dos padrões operacionais, dos suportes de solo e treinamento de técnicos e tripulantes.
A aprovação da compra foi feita pela Diretoria de Armamentos Aeronáuticos e Aeronavegabilidade (Armaereo, na sigla em italiano) que divulgou no último dia 2 um relatório sobre o projeto de Renovação, Atualização e Apoio Logístico Integrado da Frota de Tanques Pesados Multirole da força aérea.
Atualmente os dois principais operadores do KC-767 são a força aérea italiana e a japonesa, sendo que está última também encomendou dois KC-46 Pegasus. Com a possível encomenda dos aviões por parte da Itália o KC-46 deverá ter quatro países operadores, incluindo os Estados Unidos, Japão e Israel.
Os KC-767 (ou KC-767 Tanker Transport) foram desenvolvidos pela Boeing no início dos anos 2000, como resposta aos requerimentos da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, na sigla em inglês) para substituição dos já veteranos KC-135. Todavia, o programa Commercial Derivative Air Refueling Aircraft foi acusado de ser superfaturado e envolver um esquema de corrupção.
A intenção era que os cem aviões seriam arrendados e operados pela Boeing, mas o valor e termos foram considerado irresponsável do ponto de vista fiscal. Na ocasião o então senador republicano John McCain questionou se era viável a USAF alugar um lote grande de aviões com os valores solicitados, além de considerar que não haveria compradores futuros para o KC-767 caso a própria força aérea norte-americana não fizesse um pedido, aumentando os custos e riscos.
A USAF chegou a abrir uma nova concorrência, que teve como vencedor a oferta da EADS/Northrop Grumman com o KC-46, versão derivada do A330 e que foi antecessor do A330 MRTT, mas que foi desconsiderado em uma nova avaliação que optou pelo projeto da Boeing que deu origem ao KC-46 Pegasus.