Justiça de São Paulo decreta a falência do Grupo Itapemirim

Falência do Grupo Itapemirim ocorre nove meses depois de sua companhia aérea deixar de voar

Marcel Cardoso Publicado em 21/09/2022, às 16h12

A Itapemirim Transportes Aéreos durou menos de seis meses nos céus brasileiros - Divulgação

O juiz João de Oliveira Rodrigues, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), decretou hoje (21) a falência do Grupo Itapemirim, nove meses depois de sua companhia aérea deixar de operar no país.

O grupo está em processo de recuperação judicial desde 2016, acumulando um total de mais de R$ 2 bilhões em dívidas com fornecedores, impostos, contribuições previdenciárias e direitos trabalhistas dos funcionários pendentes.

No fim de junho de 2021, a Itapemirim Transportes Aéreos iniciou suas operações comerciais com voos do aeroporto internacional de São Paulo (GRU) para o Rio de Janeiro (GIG), Salvador (SSA), Belo Horizonte (CNF) e Porto Alegre. A promessa era atender 35 destinos em um prazo de 12 meses.

Ao longo dos quase seis meses de operação e com quatro aviões na frota, vários problemas operacionais e atrasos no pagamento de salários comprometeram o funcionamento da companhia aérea que, em 17 de dezembro, teve suas operações interrompidas 'temporariamente', com a promessa de uma reestruturação interna, que nunca aconteceu.

No mesmo dia, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu o Certificado de Operador Aéreo (COA) da empresa aérea, o que, frente à gravidade da situação, inviabilizou qualquer expectativa de retorno. Ela foi definitivamente revogada em maio deste ano.

O Grupo Itapemirim foi fundado em 1953 em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, pelo empresário Camilo Cola (1923-2021). Em 2017, um grupo de empresários liderado por Sidnei Piva adquiriu o controle do grupo, já em recuperação judicial. Ele responde na Justiça por desviar recursos para a aquisição de bens milionários, além de inconsistências de patrimônio em uma de suas empresas.

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