Disputa entre Teerã e Washington pode comprometer correta investigação do caso
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 08/01/2020, às 12h00 - Atualizado às 15h47
Disputa política entre Irã e EUA pode atrapalhar análise e investigação do acidente com o Boeing 737 em Teerã
As autoridades do Irã afirmaram que não vão entregar as caixas pretas do Boeing 737-800, que caiu está manhã em Teerã, para análise no exterior. O chefe da agência de aviação civil iraniana, Ali Abedzadeh, disse que a investigação não contará com a participação da Boeing, fabricante do avião, nem das autoridades norte-americanas.
O protocolo na aviação civil prevê que o fabricante do avião e as autoridades de aviação civil do país onde ele foi construído participem ativamente do processo de investigação do acidente. Porém, com a escalada da crise entre Teerã e Washington é pouco provável o Irã permita que peritos norte-americanos atuem no caso.
A investigação do acidente exigirá também a participação de equipes ucranianas no processo de análise dos dados da caixa preta e dos destroços, visto que a aeronave é pertencente a Ukraine International Airlines. Ainda que Abedzadeh não tenha fornecido maiores detalhes sobre o procedimento que será adotado, o Irã não possuí capacidade técnica para avaliar as duas caixas pretas, obrigando - caso a investigação seja levada adiante, o envio do material para um país que detenha meios de analisar os dados gravados nos dois equipamentos.
Existe a possibilidade dos gravadores serem enviados para a Ucrânia, que tendo porte dos módulos terá jurisdição para avaliar qual caminho deverá seguir.