Aeronaves devem ser enviadas em breve para o país africano
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 23/07/2020, às 16h30 - Atualizado às 16h57
Primeiro Su-35SE destinado ao Egito é fotografado próximo a planta industrial de Komsomolsk-on-Amur | Foto: NskPlanes
As imagens dos primeiros Sukhoi Su-35SE egípcios começaram a circular na internet, comprovando a notícia que o Cairo havia encomendado até trinta caças russos. O acordo que jamais foi confirmado pelas autoridades do Egito ou Rússia, é estimado em US$ 2 bilhões e inclui entre 24 e 30 caças.
As imagens mostram os primeiros cinco aviões em translado entre a planta industrial de Komsomolsk-on-Amur (KnAAZ), no extremo oriente russo, e o Egito. O Su-35 é a mais recente variante da série Flanker, iniciada com o Su-27, contando com uma série de aperfeiçoamentos, com destaque para um cockpit digital, empuxo vetorado, novo conjunto de missão e o avançado radar Tikhomirov NIIP N135 Irbis PESA (Passive Electronically Scanned Array).
Embora o acordo oficial seja mantido sob intenso sigilo pelas autoridades, um contrato firmado com a empresa de exportação de armas da Rússia, a Rosoboronexport, prevê entrega de sistemas avançados de armas entre 2020 e 2023.
Além disso, é o segundo contrato firmado pelo Egito para aquisição de aviões de origem russa. O país africano é um dos clientes de lançamento do MiG-29M Fulcrum, os quais recebeu 46 unidades de um pedido formalizado em 2015.
Curiosamente o Cairo também encomendou 24 caças franceses Dassault Rafale, em um acordo estimado em US$ 6,8 bilhões. Além disso, atualmente o governo negocia um pedido adicional para até 24 caças Eurofighter Typhoons e um lote de treinadores italianos M-346. Aliás, o Egito busca um amplo acordo militar com a Itália, que deverá pressionar o consórcio Eurofighter para aceitar a venda dos caças europeus.
Outro acordo recém acordado pelo Egito prevê a modernização dos helicópteros AH-64 Apache, de origem norte-americana. A Casa Branca anteriormente havia ameaçado estabelecer uma série de sanções ao Egito caso não fosse cancelada a compra dos Su-35.
O governo dos Estados Unidos ainda levantava a questão da violação de direitos humanos por parte das autoridades egípcias. Aparentemente uma mudança nas relações bilaterais permitiu o Cairo não apenas confirmar a compra de material bélico russo, como ampliar a lista de fornecedores europeus.
MiG-29M da força aérea do Egito em voo sobre o norte do país | Imagem: Força Áerea do Egito
Atualmente a força aérea egípcia é uma das mais modernas do norte da África e do Oriente Médio, contando com uma frota avançada e extremamente capaz. Após a queda do regime do então ditador Hosni Mubarak, em 2011, o Egito iniciou uma completa modernização de seus meios militares. Todavia, com um histórico de alinhamento dúbio entre os Estados Unidos e a então União Soviética, o atual Egito busca uma neutralidade em termos de defesa, buscando um maior número de fornecedores militares.