Governo vai virar sócio para salvar empresas aéreas brasileiras

Intenção é socorrer o setor que foi um dos mais impactados pela crise do novo coronavírus

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 20/05/2020, às 12h00 - Atualizado às 13h19

Maior parte da frota de aviões comerciais do Brasil está parada desde meados de março

Após um longo debate o Ministério da Economia deverá apresentar ainda nesta semana um plano para salvar o setor aéreo no Brasil, podendo injetar dinheiro nas três principais companhias aéreas.

A aviação comercial foi uma das atividades mais afetadas pela pandemia da COVID-19, com redução no tráfego de quase 90%, além de uma drástica queda na demanda nos voos remanescentes.

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Nos bastidores o governo trabalha para formar um consórcio de bancos que atuaram junto com o BNDES. Articula-se para o banco de fomento ser uma avalista da transação realizada pelos bancos privados. Segundo o ministro da economia, Paulo Guedes, a intenção é que o empréstimo seja diluído por meio de debêntures (título de dívida das empresas) conversíveis.

"Nós vamos comprar debêntures conversíveis. É dinheiro público, então é um dinheiro que tem potencial de ganho. Vamos botar (sic) o dinheiro [nas empresas aéreas] e vamos comprar um pedaço da empresa”, explicou Guedes. “Lá na frente, quando a empresa tiver recuperada e começar a voar de novo, a gente (sic) vende isso e ganhamos dinheiro para preservar as companhias brasileiras".

A ajuda as companhias aéreas deverá ser na ordem de R$ 6 bilhões, ante os R$ 10 bilhões previstos inicialmente. A expectativa é que as três maiores empresas, Azul, Gol e Latam, recebam cada uma R$ 2 bilhões.

Segundo fontes no governo, 75% do valor será realizado por meio de debêntures, enquanto o restante poderá ser convertido em ações, o que na prática tornará o Estado sócio de até 25% da companhia, podendo vender a participação em um segundo momento, com valorização das ações.

A intenção é evitar a exposição do governo ao risco de financiar o setor aéreo, um dos mais onerosos do país, com mais de 60% de seus custos atrelados diretamente ao dólar. Com um modelo privado e com garantias estatais, além da conversão do empréstimo em ações, a expectativa é dispor de um meio termo entre aporte financeiro de baixo custo e baixo risco.

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