Processo envolveu 20 meses de análises e completa reformulação de procedimentos e sistemas do avião
Por Edmundo Ubiratan e Gabriel Benevides Publicado em 07/12/2020, às 14h00 - Atualizado às 22h02
A Gol anunciou hoje (7) o retorno do Boeing 737 MAX em suas operações comerciaism que deve ocorrer a partir do próximo dia 9. A companhia aérea brasileira utilizará os aviões em toda sua malha doméstica, com voos a serem definidos de acordo com a necessidade da operação e mantendo toda a segurança.
Segundo a Gol, os aviões já cumpriram o ciclo de voos técnicos deliberados, que excederam os requisitos exigidos pelas autoridades aeronáuticas do Brasil e dos Estados Unidos e reforçaram os cuidados com a 'despreservação'.
Os serviços de manutenção e preservação dos aviões da frota que estavam estacionados, desde março de 2019, foi feito pela Gol Aerotech, unidade especializada em manutenção, reparos, revisões de aeronaves e componentes, localizada em Belo Horizonte.
"Estamos empolgados com o retorno do Boeing 737 MAX à nossa malha. O MAX está entre as aeronaves mais eficientes já produzidas na história da aviação e a única a passar por um processo de recertificação completo, garantindo os mais altos níveis de confiabilidade e segurança", disse Paulo Kakinoff, diretor presidente da Gol. "Agradecemos às autoridades que participaram das etapas de validação, em especial a Anac que, com alto grau de competência e eficiência técnica, teve papel protagonista junto aos outros órgãos internacionais".
O 737 MAX deveria ter assumido o papel de principal avião dentro dos planos de expansão da malha da Gol. A aeronave modernas tecnologias de motores, que são até 15% mais econômicos que a geração anterior, além de contar com asas refinadas e superfícies de comando aperfeiçoadas, o que aumenta a produtividade em 24%. Em termos de alcance o MAX tem um alcance aproximadamente 1.000 quilômetros superior aos da família 737 Next Generation, chegando a 6.500.
Desde o início das operações com o Boeing 737 MAX 8, em junho de 2018, a Gol realizou 2.933 voos, totalizando mais de 12.700 horas, sempre com total segurança e eficiência. Ainda que o montante seja pouco para um avião, demonstra também o curto período que os sete aviões da frota de 737 MAX tiveram em serviço na Gol, até serem retirados preventivamente de serviço. Aliás, a Gol foi a primeira empresa aérea no mundo a suspender decisão própria os voos com o modelo, aguardando assim uma análise dos fatores de risco. Até o fim deste mês de dezembro, a expectativa é que todas as aeronaves do modelo retornem as operações regulares. A Gol destaca que ainda que seja a pioneira na retomada dos voos, o momento exigiu intensa preparação e tem a garantia de completa segurança.
"Durante os últimos 20 meses, observamos a mais intensa revisão de segurança na história da aviação comercial. A segurança está acima de tudo e uniu órgãos reguladores e empresas aéreas do mundo todo para acompanhar e contribuir com as modificações dos sistemas da aeronave, no plano de treinamento e, por consequência, na nova certificação do Boeing 737 MAX. Estamos plenamente seguros com a retomada das operações", explicou Celso Ferrer, diretor vice-presidente de operações da GOL.
A retomada ocorre ainda em um momento em que o mercado de transporte aéreo ensaia o restabelecimento da malha aérea ao redor do mundo.
"A Boeing e a GOL trabalham lado a lado há quase vinte anos e não foi diferente durante o período em que o MAX passou pelo processo de certificação que levou à retomada segura da operação. É um prazer ter a GOL como parceira e atingir juntos este marco importante. Esperamos com entusiasmo o que ainda está por vir em nossa parceria", disse Landon Loomis, diretor-geral da Boeing no Brasil.