Base aérea de Anápolis foi o lar dos primeiros caças supersônicos do Brasil e se prepara para receber os modernos Gripen
Por André Magalhães Publicado em 05/04/2022, às 19h40
A Base Aérea de Anápolis (Baan), no estado de Goiás, completa hoje 50 anos de tradição em prol da defesa aérea do planalto central sobretudo da capital federal Brasília (DF).
Criada para ser a sede dos primeiros caças supersônicos do Brasil, o Dassault Mirage III EBR (na FAB denominado F-103), a Baan foi a primeira base da força aérea brasileira construída para operar uma aeronave específica.
A localização da base também é estratégica, pois fica situada aos arredores da cidade goiana de Anápolis e a cerca de 170km de Brasília. Com isso, fica claro que o foco principal da Baan é a proteção aérea da capital do país.
Com a chegada dos Mirage III na década de 1970, foi criado o Núcleo da 1ª Ala de Defesa Aérea – NuALADA, à época apenas tinha a pista e instalações necessárias para operar os supersônicos de fabricação francesa.
Contudo, a NuALADA deu lugar a 1º ALADA (1º Ala de Defesa Aérea), esquadrão de caça da força aérea que se consagrou ao longos dos anos, até sua desativação em 1979, onde foi criado o então 1º Grupo de Defesa Aérea que atua na cidade Anapolina até hoje.
A história da base de Anápolis se funde com o próprio enredo da aviação de caça no Brasil. A unidade que hoje se prepara para receber as mais modernas aeronaves de caça que a FAB irá operar em sua trajetória, já operou diversas aeronaves ao longo dos anos.
O veterano Mirage III foi um divisor de águas, operou na FAB até 2005, dando lugar para o Mirage 2000 que ficou na ativa de 2006 a 2013. Com a saída dos deltas franceses, a Baan abriga hoje o icônico F-5EM Tiger II, o principal caça de alta performance da força aérea.
O futuro da defesa aérea brasileira novamente vai ter como destaque a Baan, a base será a sede dos 36 caças Gripen F-39E/F que foram adquiridos pelo Brasil em 2014. Com a chegada dos primeiros aviões planejada para este ano, esta importante unidade aérea passa por reformas para abrigar os novos moradores do cerrado brasileiro.
Todavia, a base também é sede de aeronaves que realizam outras missões de suma importância ao país. É o caso dos R-99 e E-99M – aeronaves que cumprem missões de vigilância aérea e sensoriamento remoto.
Outra aeronave que opera a partir da Baan é o cargueiro militar multimissão KC-390, atualmente três aviões estão na base e mais unidades serão entregues.