Forçada pela pandemia a Gol manteve apenas 27 aviões voando em junho

Empresa conseguiu preservar a liquidez e controlar seus custos no auge da crise que paralisou a aviação no mundo

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 31/07/2020, às 16h00 - Atualizado às 16h31

Em junho apenas 27 aviões da frota da Gol estavam voando regularmente

A Gol apresentou hoje (31) o resultado consolidado do segundo trimestre de 2020 e detalhou as iniciativas em resposta à pandemia global do novo coronavírus. A receita liquida no período foi de R$ 358 milhões e reflete os impactos diretos da pandemia na operação da empresa.

Mesmo diante da forte redução da demanda, que atingiu a maioria das empresas aéreas do mundo, a Gol manteve uma posição de liquidez com amplo apoio de muitos dos seus stakeholders, e encerrou o trimestre com R$ 3,3 bilhões em caixa e recebíveis. Além disso, a empresa amortizou R$ 304 milhões em principal e R$ 47 milhões em juros de dívidas e arrendamentos no trimestre.

"Os resultados do segundo trimestre refletem o grave impacto que a covid-19 está causando na economia brasileira, na indústria do transporte aéreo e na nossa companhia”, destacou Paulo Kakinoff, diretor-presidente da Gol.

No segundo trimestre o número de passageiro-quilômetro transportado pago (RPK) diminuiu 92% comparativamente ao mesmo período de 2019, totalizando 773 milhões. Entretanto, a empresa registrou um aumento de 103% em RPK de abril a junho.

Já o assento quilômetro ofertado (ASK) cresceu 104% no período, uma redução de 91% em relação ao segundo trimestre de 2019. A Gol transportou 0,6 milhão de passageiros entre abril e junho, uma diminuição de 92% versus os mesmos meses de 2019.

A redução da receita no segundo trimestre foi de 89%, em comparação com 2019, com R$ 358 milhões. A receita mensal iniciou com R$ 104,3 milhões em abril e terminou com R$ 164,1 milhões em junho, representando um crescimento de 57% dentro do segundo trimestre de 2020. Demais receitas totalizaram R$ 115 milhões, redução de 37% em comparação ao 2T19.

“Para contrabalançar o forte declínio na receita, tomamos diversas medidas para diminuir custos e preservar a liquidez, a fim de atravessarmos essa crise. Reduzimos nosso consumo de caixa médio diário para R$ 3 milhões no 2T20, assim como adotamos todas as medidas necessárias para oferecer uma experiência de voo segura e confortável”, disse Kakinoff.

A receita líquida por assento quilômetro ofertado (RASK) foi de 36,15 centavos (R$), aumento de 31%. A receita de passageiros líquida por assento quilômetro ofertado (PRASK) chegou a 24,58 centavos (R$), uma queda de 6% em relação ao 2T19.

Por fim, o EBITDA ajustado e o EBIT ajustado foi de R$ 99 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente, e representam uma contribuição positiva pelo resultado do gerenciamento racional e responsável da oferta em relação à demanda.

De acordo com os resultados divulgados, a Gol encerrou o primeiro semestre de 2020 com uma frota de 130 aeronaves da família 737, sendo que em junho 27 aviões estavam operando normalmente. A redução na frota em serviço representa apenas 13% do registrado em junho de 2020, ainda que no final do mês tenha atingindo 17% do comparativo. Ao final do primeiro semestre de 2020 a Gol tinha 120 voos diários, com a reabertura planejada de sete bases (Juazeiro do Norte, Foz do Iguaçu, Navegantes, Petrolina, Porto Seguro, Ilhéus e Chapecó) e maior frequência na ponte aérea São Paulo – Rio.

O mês de julho, em geral um dos mais movimentados da aviação brasileira, deverá encerrar com 250 voos diários, enquanto as operações devem ficar em torno de 25% do realizado no mesmo período de 2019. Ainda foram retomadas ao longo dos últimos dias oito bases da Gol e cinco em parceria com a Voepass. A empresa agora deverá ampliar para 36 aeronaves em serviço e reabrir outras 14 bases.

Todas as informações são apresentadas em Reais (R$), de acordo com as normas internacionais de contabilidade (IFRS) e também com métricas ajustadas, disponibilizadas para possibilitar a comparabilidade nesse trimestre de queda abrupta na demanda. Tais indicadores ajustados excluem os gastos relacionados à parcela da frota operacional que a GOL manteve em solo nesse período, e estão detalhados na tabela da seção "despesas operacionais" a seguir. As comparações são em relação ao segundo trimestre de 2019 (2T19), exceto quando especificadas de outra forma.

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