Polêmico contrato de US$ 1,2 bilhão prevê lote inicial com oito aviões
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 14/07/2020, às 10h00 - Atualizado às 12h36
Primeiro F-15EX na linha final de montagem da Boeing
A força aérea dos Estados Unidos (USAF) confirmou a aquisição do primeiro lote do novo F-15EX, prevendo receber oito aeronaves ao custo de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,52 bilhões). Os dois primeiros aviões deverão ser entregues no segundo trimestre do próximo ano, com os seis restantes chegando ao longo de 2023.
As duas primeiras aeronaves serão enviadas para a base aérea de Eglin, na Flórida, onde passarão por uma série de ensaios antes de serem declaradas operacionais. O contrato formalizado no último dia 13 julho, prevê um amplo espectro de obrigações da Boeing, como projeto, desenvolvimento, integração, fabricação, teste, verificação, certificação, entrega, manutenção e modificação de aeronaves F-15EX, incluindo ainda peças de reposição, equipamentos de suporte, manuais técnicos de treinamento e suporte.
A USAF ainda assinou um contrato de US$ 101,4 milhões com a GE Aviation, prevendo a compra de 19 motores F110-129, sendo 16 destinados aos novos caças e outros três como material de reposição.
Os novos F-15EX deverão substituir no curto prazo os veteranos F-15C/D, produzidos no final da década de 1980, que estão no final da vida útil. A USAF dispõe de um orçamento de US$ 22,89 bilhões (R$ 124,44 bilhões) para o programa, com previsão de adquirir até 76 aviões no período de cinco anos. O orçamento já aprovado prevê além dos oito aviões, outros doze para o ano fiscal de 2021. Além disso, a força aérea poderá ampliar para até 144 caças o pedido total do programa.
Ainda que seja entregue na versão biplace, a USAF espera operar o avião com apenas um piloto
Alguns críticos do F-15EX alegam que o elevado custo do projeto, com cada aeronave avaliada em US$ 80 milhões (R$ 434,92 milhões), não é justificado em um momento que a força aérea está recebendo novos lotes do F-35A. Os veteranos F-15 além de ser um avião projetado nos anos 1970, não possui tecnologias furtivas, o que o torna mais vulnerável nos cenários de combate previstos para as próximas décadas.
A USAF afirma que a escolha recai sobre a capacidade dos F-15Ex entrarem em serviço imediatamente, utilizando a da estrutura operacional já existente e dedicada aos F-15C/D. Além disso, permite a manutenção da capacidade de respostas rápida do país as ameaças externas. Com a chegada dos novos F-35, a expectativa é que os futuros F-15EX sejam realocados em missões da guarda aérea nacional, protegendo o espaço aéreo dos Estados Unidos, onde existe baixa possibilidade de o avião enfrentar uma força com maior capacidade.
O F-15Ex será entregue na versão biplace (dois lugares), mas a força aérea planeja operar a maior parte das missões com apenas um piloto. O modelo recebeu uma série de melhorias, incluindo uma nova arquitetura de software e novos sistemas de missão, tornando o avião mais capaz que seus antecessores.