Fim da cobrança de despacho de bagagens é retrocesso, diz professor

Professor da FGV citou o fim da cobrança como o único ponto negativo da MP aprovada pela Câmara

Marcel Cardoso Publicado em 28/04/2022, às 09h15

Fim da cobrança do despacho de bagagens pode inibir a entrada de novas companhias no Brasil - Agência Brasil/Rovena Rosa

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite da última terça-feira (26), a Medida Provisória (MP) do Voo Simples, que prevê a desburocratização do setor aéreo, eliminando a diferença entre serviços aéreos públicos (transporte comercial regular) e serviços privados (sem remuneração e em benefício do operador), além de mudar valores e tipos de ações sujeitas a taxas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Um dos ítens aprovados foi o fim da cobrança da taxa por despacho de bagagens, que levantou questionamentos, por ser classificada como populista. Para o diretor da FGV Transportes, o professor Marcus Quintella, a medida é um retrocesso. “A extinção da cobrança de bagagens despachadas é um retrocesso para o setor, visto que essa prática é usual há 20 anos no mundo todo. Essa cobrança aumentará as passagens e o passageiro que viaja somente com bagagem de mão será penalizado, pois subsidiará aqueles que despacham uma ou mais malas. (...) Isso também inibirá a entrada de várias companhias aéreas estrangeiras “low cost” de operarem no Brasil.

Na visão do professor, este é o único ponto negativo da MP. A interpretação das normas tributárias e aduaneiras, o compartilhamento de informações das empresas de intermediação na compra das passagens e a inclusão de penalidades para o passageiro indisciplinado são medidas que beneficiam a cadeia do setor aéreo e todos os seus passageiros, sendo assim considerados como ‘positivos’.

Essas mudanças implementadas visam tornar menos burocráticas e onerosas as questões relativas ao setor aeronáutico brasileiro e a revogação dos artigos do Código Brasileiro de Aeronáutica foi muito importante. (...) Agora, bastará uma autorização de operação, tornando o processo mais simples e ficando mais atrativa a entrada de novas companhias aéreas e novos investimentos para o setor, aumentando, consequentemente, a concorrência e a oferta de serviços”, de acordo com o diretor da FGV.

A Medida Provisória será analisada agora pelo Senado Federal.

aeronave notícias de aviação avião aviação Cobrança Medida Provisória bagagens

Leia também

Deputados aprovam proibição da cobrança de taxa por despacho de bagagens
Viva Air Colombia vai começar a voar para o Brasil em junho