Até 2023 a FedEx aposentará a sua frota de trijatos MD-10
Por Gabriel Benevides Publicado em 21/01/2021, às 14h00 - Atualizado às 15h16
Nos anos 2000 a FedEx modernizou seus DC-10 para o padrão MD-10
A FedEx que é atualmente maior operadora global da família DC-10 anunciou que vai retirar o modelo de serviço até 2023. A empresa logística tem em serviço dezessete MD-10, a versão modernizada do clássico trijato.
Com a aposentadoria dos MD-10, a FedEx encerrará um ciclo de 40 anos de uso dos versáteis trimotores da McDonnell Douglas. A despedida começará ainda neste ano, com a aposentadoria de sete aviões, enquanto os outros dez serão gradualmente retirados de serviço até meados de 2023.
Atualmente, a FedEx conta com treze aeronaves MD10-30 e 4 MD-10-10, com idade média de 40 anos. Apesar da alta demanda de cargas por conta da pandemia, manter estes trijatos em operação significa custos onerosos para a companhia, muito atrelado ao elevado custo operacional, em especial o alto consumo combustível.
Para contornar a situação e manter baixos custos operacionais, a FedEx tem adicionado modelos com maior alcance e mais eficientes, a maioria novos de fábrica, como os Boeing 767 e 777. Entretanto, ao contrário de rivais que atuam no mesmo mercado, a FedEx não optou pelo 747-8F, que obteve considerável sucesso entre empresas especializadas em transporte de cargas expressas.
Com a aquisição da McDonnell Douglas pela Boeing nos anos 1990, o fabricante norte-americano passou a realizar retrofit em algumas unidades do DC-10 lançados na década de 1960, permitindo a substituição dos painéis analógicos por digitais e cockpit idênticos aos do MD-11, o que acabou eliminando a função do engenheiro de voo, e assim, padronizando a pilotagem entre o DC-10 e MD-11.
A decisão da FedEx em aposentar os MD-10 ocorre em um momento ímpar, visto que as companhias de carga estão procurando cargueiros novos ou convertidos, com idade média de quinze anos, para dar conta da atual demanda. O elevado custo com combustíveis e regras ambientais cada vez mais rígidas, especialmente na Europa, está forçando uma mudança de paradigmas no mercado cargueiro que geralmente usa aviões de geração anterior.
O setor está vendo a oportunidade em adquirir aeronaves antes exclusivas só para o transporte de passageiros como o Airbus A321, Boeing 737-800 e 777-300, o que significa uma mudança brusca no segmento que agora buscam aeronaves mais eficientes e com maior alcance. A nova realidade é o ponto final para aviões clássicas ainda em operação.
“Os cargueiros Boeing 767 e 777 trouxeram maior eficiência e confiabilidade às nossas operações aéreas. O 777, com suas características de enorme alcance, nos permitiu oferecer tempos de trânsito mais rápidos ao redor do mundo”, disse David Cunningham, presidente da FedEx.