Falha estrutural aparece em 737NG com menos de 22.000 ciclos

Aeronaves consideradas novas apresentam rachaduras não previstas em item considerado critico

Redação Publicado em 09/11/2019, às 15h00 - Atualizado às 16h54

Lion Air descobriu falha em estutura de aeronaves Boeing 737 NG com menos de 22.000 ciclos

A companhia indonesia Lion Air encontrou rachaduras estruturais em dois Boeing 737 Next Generation durante uma inspeção emergencial. A falha ocorreu em aeronaves com um número de ciclos (decolagem, voo de cruzeiro e pouso) inferior ao estipulado em uma normativa expedida pelas autoridades de aviação dos Estados Unidos que previa essa inspeção.

Recentemente a FAA, a agência de aviação civil dos EUA, havia emitido uma diretriz de aeronavegabilidade para inspeção na estrutura de conexão da asa com a fuselagem, conhecido como pickle fork. O documento prevê que a inspeção deveria ser imediata em aeronaves com mais de 30.000 ciclos, enquanto em aeronaves com mais de 26.600 ciclos e menos de 30.000 ciclos, o cumprimento da norma deveria ocorrer em até 1.000 ciclos após sua emissão.

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Todavia, a Lion Air expandiu a verificação para todos os Boeing 737 da frota, tendo encontrado falhas em aeronaves com um total de ciclos inferior a diretriz. Os dois aviões tinham menos de 22.000 ciclos e estão fora de serviço aguardando o reparo. A opção por ampliar a verificação para toda a frota ocorre em um momento que a Lion Air tenta melhorar sua imagem em relação a segurança de voo. A empresa foi a primeira a sofrer um acidente com o 737 MAX, em outubro de 2018.

Esquema mostra pickle fork (azul) e estrutura da asa e fuselagem do Boeing 737NG

A FAA havia determinado que as empresas aéreas de todo o mundo comunicassem problemas encontrados durante o cumprimento da diretriz, visando manter a norma atualidade de acordo com a realidade das inspeções. Segundo a Boeing, menos de 1.000 aviões da família 737 Next Generation atingiram o limite de 33.000 ciclos, sendo que aproximadamente 5% deles apresentaram rachaduras no pickle fork.

Por ora, a FAA não pretende ampliar a obrigatoriedade de inspeção para aeronaves com menos de 26.600 ciclos, mas avalia o grau de danos nas peças das duas aeronaves para tomar uma decisão final.

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