Autoridades europeias esperam iniciar validação das mudanças de projeto ainda em setembro
Por Gabriel Benevides Publicado em 31/08/2020, às 08h00 - Atualizado às 08h57
Testes em voo conduzidos pela EASA serão realizados no Canadá
A agência de segurança da aviação da União Europeia (EASA, na sigla em inglês), está trabalhando na validação dos dados para recertificação do 737 MAX ainda este ano. Estão sendo avaliados o processo de redesenho dos sistemas do avião, incluindo a atualização de software de controle de voo, revisão nos procedimentos de cabine e reformulação da fiação interna em alguns setores da aeronave.
A EASA está verificando a maturidade geral do processo de alterações do projeto do avião e validando os dados para permitir a Boeing prosseguir com os testes finais de voo, liberando assim o 737 MAX para receber a certificação final. Os trabalhos estão sendo conduzidos em cooperação com a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, e a Boeing.
Embora a Boeing ainda deva realizar algumas ações gerais para poder concluir o processo de reengenharia, a EASA avalia que a maturidade geral do novo projeto do avião é suficiente para avançar com a certificação.
O processo sofreu alguns contratempos por conta das restrições impostas pela covid-19, incluindo viagens entre a Europa e os Estados Unidos. A EASA informou que os testes em simulador acontecerão a partir de amanhã (1º de setembro), em instalações existentes no aeroporto de Gatwick, em Londres.
Os testes reais em voo devem iniciar no dia 7 de setembro, em Vancouver, no Canadá, com a possibilidade de a aeronave não ter que se deslocar para a Europa. Um dos motivos é justamente as restrições ainda existentes por conta da pandemia.
A notícia é vista como um alívio por parte da Boeing, que desde março de 2019 viu seu principal avião ser proibido de voar em todo o após se envolver em dois acidentes fatais com intervalo inferior aos 6 meses, deixando 346 vítimas.
Após um longo e minucioso processo de engenharia, a Boeing e as autoridades de aviação em todo o mundo acreditam que todas as potenciais falhas gerais do avião foram completamente sanadas.