Ajuda milionária dos EUA inclui os helicópteros de fabricação russa Mi-17
Por André Magalhães Publicado em 14/04/2022, às 08h20
Os Estados Unidos anunciaram ontem (13) uma ajuda militar de equipamentos pesados à Ucrânia, no valor de US$ 800 milhões (R$ 3,7 bilhões), incluindo radares, blindados, helicópteros e drones.
O anúncio foi feito pelo secretário de imprensa do Pentágono, John F. Kirby, durante uma coletiva de imprensa no Departamento de Defesa dos EUA.
“Algumas dessas capacidades estão reforçando as capacidades que já fornecemos à Ucrânia e algumas delas são novas capacidades que não fornecemos à Ucrânia", disse Kirby.
Na parte aérea, Washington vai fornecer onze helicópteros Mi-17 (de fabricação russa) e drones Switchblade, que podem ser usado em missões kamikazes. Além disso, também estão inclusos os sistemas de radar de vigilância aérea AN/TPQ-36 e AN/MPQ-64 Sentinel.
As @POTUS assured @ZelenskyyUa today, we continue to stand with the brave Ukrainian people in their fight for freedom. To that end, this latest support package contains many of the highly effective weapons systems we have already provided along with critical new capabilities. pic.twitter.com/kwbp2tPvoP
— Secretary of Defense Lloyd J. Austin III (@SecDef) April 14, 2022
Na parte terrestre, o governo norte-americano irá fornecer 100 veículos blindados Humvee, 200 veículos blindados M113. Todavia, a lista ainda inclui oito obuses de 155 mm, juntamente com 40.000 peças de artilharia.
Ainda foi dito por Kirby que está incluso um treinamento aos militares ucranianos, em especial sobre a operação dos drones Switchblade. Estes militares ucranianos irão repassar aos exército local o conhecimento que obtiveram nos EUA, ampliando as capacidades de combate.
Desde a semana passada vários países relataram o envio de armas pesadas à Ucrânia, incluindo o Reino Unido que está enviando dez blindados, a Austrália confirmou o envio de outros 20 veículos e a Eslováquia entregou sistemas de defesa aérea S-300, também de fabricação russa.
Tal ação acontece depois que Moscou decidiu tirar suas tropa de Kiev e de outras regiões ao norte do país e concentrá-las na região oeste, especificamente, em Donbas, controlada por separatistas pró-russos.
Com isso, a entrada de armamentos na Ucrânia fica mais fácil, em especial através das fronteiras com a Polônia, a Eslováquia e a Romênia.
Outra questão que veio à tona nesta semana foi o envio de caças MiG-29 Fulcrum para a Ucrânia. A Eslováquia informou que pode doar seus caças, mas quer algo que possa suprir a falta de seus aviões para manter a defesa aérea do país.
A Polônia chegou a dizer que forneceria seus MiG-29 à Ucrânia, mas que deixaria isso a cargo dos Estados Unidos que, por sua vez, não concordaram com a proposta polonesa.
A Otan já informou que não irá entrar diretamente no conflito, pois isso significaria um confronto direto com a Rússia e uma eventual escalada do conflito para uma guerra de larga escala. Um dos temores é o uso de armas nucleares como resposta a eventual ação da Otan.