Empresa árabe foi uma das mais afetadas pelo maciço fechamento de fronteiras em todo o mundo
Por Gabriel Benevides Publicado em 02/06/2020, às 16h00 - Atualizado às 17h00
Aposentadoria de parte da frota do A380 deverá ser um dos responsáveis pela reestruturação no quadro de funcionários
A Emirates Airlines deverá realizar um corte no seu número de empregados, devido a grave crise gerada pela Covid-19. Em comunicado a companhia aérea afirmou ser necessário uma readequação no quadro de empregados visando a manutenção das atividades futuras.
A redução no número de funcionários é em decorrência da drástica diminuição de voos ocasionados pela pandemia do novo coronavírus, que paralisou praticamente toda a frota da Emirates, que suspendeu quase completamente sua malha global.
“Chegamos à conclusão de que, infelizmente, precisamos despedir algumas das pessoas maravilhosas que trabalham conosco. Estamos continuamente reavaliando a situação e precisamos nos adaptar a esse período de transição”, disse a Emirates em comunicado distribuído pelo escritório de mídia de Dubai.
A Emirates não detalhou quantos funcionários perderão os seus postos de trabalho, mas segundo rumores o corte poderá atingir até 30% do quadro atual. A empresa também não detalhou, por ora, quais setores serão os mais afetados, mas analistas preveem que tripulantes também sejam atingidos pela medida. Existe inclusive a possibilidade da empresa árabe acelerar a aposentadoria de parte da frota de Airbus A380, o que levaria a um excesso de tripulantes no modelo.
A expectativa é que o A380 continue sua operação pela Emirates ao menos até o final da próxima década, quando deverá ser substituído por uma frota composta apenas pelos bimotores Airbus A350, A330neo e Boeing 777X.
Em nota distribuída pelo escritório de mídia de Dubai, a Emirates afirma que não enxerga a decisão como algo simples e que está fazendo o possível para manter o máximo possível de empregos. “Por conta dessa situação, somos forçados a tomar decisões difíceis, onde trataremos as pessoas com justiça e respeito”, afirma.
Em março, o governo de Dubai havia anunciado que apoiaria a companhia financeiramente após a Emirates se comprometer adotar uma série de ajustes para garantir o socorro financeiro, incluindo redução temporária de salários, redução das operações em rotas menos rentáveis e adiar a entrega do último lote do Airbus A380.