Modelo adotado atualmente utiliza critérios meramente técnicos
Marcel Cardoso Publicado em 16/12/2021, às 19h40 - Atualizado em 17/12/2021, às 14h36
O critério de sustentabilidade na concessão de slots pode aumentar a pressão nas companhias aéreas | Foto: Divulgação
A Embraer participou, nesta quinta-feira (16), da audiência pública da Anac para discutir a nova regra de distribuição de horários de operação (slot) em aeroportos congestionados, como o de Congonhas (CGH), em São Paulo.
Embora dos debates usualmente envolvam majoritariamente empresas aéreas, a Embraer contribuiu sugerindo que as autoridades avaliem também o critério de aeronaves mais sustentáveis. Entre os argumento está a importância que o tema seja discutido para auxiliar o país na construção de uma aviação mais sustentável, além de dar suporte ao desenvolvimento da aviação regional brasileira.
Segundo a Embraer, a nova regra de distribuição dos slots deveria considerar aeronaves menores, mais eficientes e mais silenciosas, que emitem menos dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. O fabricante ainda defendeu os impactos positivos deste incentivo à aviação regional, como o desenvolvimento econômico das diversas cidades que atualmente não são atendidas por voos regulares.
A intervenção de uma fabricante de aeronaves, como a Embraer, no tema pode revelar uma futura tendência no setor aéreo para as concessões de slots, basicamente feitas entre companhias aéreas. Em 2019, quando a Anac dividiu os horários de Congonhas deixados pela extinta Avianca Brasil, participaram dos debates as empresas aéreas e a distribuição foi feita para as empresas concorrentes Azul, a Voepass e a Map levando em consideração a capacidade de operação, não eficiência dos aviões operados.
“A consulta pública da Anac ofereceu hoje o espaço para mostrarmos à sociedade que é possível aplicar um modelo mais sustentável e eficiente de aviação. Nossa proposta visa diminuir a emissão de carbono como um todo e de ruídos para as comunidades ao redor dos aeroportos. Além disso, incentiva a ampliação do número de cidades atendidas”, afirma Rodrigo Souza e Silva vice-presidente de Inteligência de Mercado de Aviação Comercial da Embraer.