Aeronave é mais pesada que o permitido pelas cláusulas de escopo da aviação regional norte-americana
Por Gabriel Benevides Publicado em 26/01/2020, às 00h00
Com a manutenção das scope clause o E175-E2 se tornou quase 6.000 kg mais pesado que o permitido pela lei
A Embraer busca novos mercados para o E175-E2, a versão de menor capacidade da família E-Jet E2 e que foi criada para atender especialmente a demanda da aviação regional dos Estados Unidos. Todavia, o modelo não conta com nenhum pedido firme.
Mesmo a primeira geração sendo um sucesso na aviação regional norte-americana, o E175-E2 está em desacordo com a legislação local, que limita as companhias regionais operarem com aviões com peso máximo de 39.000 kg. O novo E2 excede esse limite em quase 6.000 kg.
A expectativa da Embraer era que houvesse uma alteração na chamada scope clause, permitindo uso de aeronaves maiores no mercado regional. A cláusula de escopo faz parte de um acordo firmado pelas grandes empresas aéreas dos Estados Unidos e o sindicato de seus pilotos e limita o número e o tamanho das aeronaves que podem ser empregadas pelas filiais regionais.
Em recente entrevista a britânica Flight International, John Slattery, presidente da Embraer Aviação Comercial, disse que a fabricante pretende conquistar os primeiros pedidos pelo E175-E2 de clientes em diversos países. “Minha equipe está trabalhando para garantir pedidos firmes no primeiro semestre deste ano fora dos Estados Unidos e temos alto grau de confiança. Há muita demanda na Europa continental, ocidental, no sudeste da Ásia e em outros locais”, afirmou
Enquanto as regras não são alteradas, Slattery ressaltou que a Embraer pode manter ativa a produção do E175 da primeira geração. “Podemos continuar a produção para sempre, se for necessário. Temos uma linha híbrida em São José dos Campos, onde podemos montar o E175-E1 ao lado de variantes E2”.
O executivo da Embraer ainda afirmou que os testes de voo com a aeronave estão progredindo dentro do cronograma, com a primeira entrega prevista para daqui dois anos, entre o final de 2021 e o primeiro trimestre de 2022.
A entrega do E175-E2 ocorrerá já sob controle da Boeing, que deverá assumir a operação da Embraer Commercial ainda no primeiro semestre de 2020.