Iata afirma que incerteza com relação a vacinação e novas variantes do vírus ainda impactam na retomada
Por Marcel Cardoso Publicado em 08/03/2021, às 16h00 - Atualizado às 18h06
Novas variantes do vírus se tornaram um desafio adicional para a retomada do transporte aéreo
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) anunciou que o tráfego de passageiros sofreu redução no mês de janeiro de 2021, tanto em comparação aos níveis pré-covid (janeiro de 2019) quanto em comparação com dezembro de 2020.
Segundo a associação, as comparações entre os resultados mensais de 2021 e 2020 estão distorcidas devido ao impacto extraordinário da covid-19, que derrubou a quantidade de passageiros transportados. Exceto se for especificado por outro tipo de métrica, todas as comparações são relacionadas a janeiro de 2019, que seguiu um padrão de demanda normal.
A demanda total em janeiro de 2021, medida em passageiro pagante-quilômetro (RPK) caiu 72,0% em comparação com janeiro de 2019. Esse resultado foi pior que a queda de 69,7% ano a ano registrada em dezembro de 2020.
A demanda interna total caiu 47,4% em relação aos níveis pré-crise, enquanto em dezembro, caiu 42,9% em relação ao ano anterior. Segundo a Iata, esse enfraquecimento é resultado, em grande parte, pelos controles mais rígidos de viagens nacionais na China durante o período do feriado do Ano Novo Lunar.
A demanda internacional de passageiros em janeiro de 2021 ficou 85,6% abaixo do índice de janeiro de 2019, resultado inferior à queda de 85,3% ano a ano registrada em dezembro.
Na América Latina, as companhias aéreas apresentaram diminuição de 78,5% na demanda registrada em janeiro em relação ao mesmo mês de 2019, resultado ainda pior que a queda de 76,2% em dezembro na comparação com o ano anterior. A capacidade de janeiro deste ano caiu 67,9% em relação ao mesmo período de 2019 e a taxa de ocupação encolheu 27,2 pontos percentuais, atingindo 55,3%, a pior marca entre todas as regiões pelo quarto mês consecutivo.
"[O ano de] 2021 começou ainda pior do que o fim de 2020, e isso quer dizer muito. Mesmo com os programas de vacinação ganhando força, as novas variantes da covid estão forçando os governos a aumentar as restrições às viagens”, explicou Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da Iata.
A expectativa do setor aéreo era haver uma retomada global em meados de fevereiro, o que não ocorreu, ainda que em alguns países exista sinais de melhora.
“A incerteza sobre a duração dessas restrições também afeta as viagens futuras. As reservas em fevereiro de 2021 para a temporada de verão no hemisfério norte ficaram 78% abaixo dos níveis de fevereiro de 2019", completou de Juniac.