Mudança no tráfego aéreo tornou o terminal de Guangzhou líder no tráfego de passageiros em meio a crise sanitária
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 10/11/2021, às 14h00 - Atualizado às 17h15
Aeroporto chinês de Guangzhou se tornou o mais movimentado do mundo em 2020 | Foto: Aeroporto de Guangzhou
Com a crise sanitária global os principais aeroportos do mundo sofreram drástica queda no movimento de passageiros. Uma das mudanças foi na posição do ranking mundial, com o aeroporto de Atlanta (ATL), nos Estados Unidos, perdendo a liderança para Guangzhou (CAN) na China.
O aeroporto norte-americano registrou queda de 61,2% no movimento de passageiros em 2020, sendo um dos mais afetados pela pandemia. Ao mesmo tempo, o terminal texano de Dallas / Fort Worth (DFW), que era o décimo mais movimentado do mundo em 2019, passou para o quarto lugar entre os aeroportos com maior fluxo de passageiros em 2020.
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Segundo dados do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI World, em inglês), antes da crise sanitária entre os dez maiores aeroportos da Ásia-Pacifico, quatro estavam na China. Com a rápida resposta do país a pandemia, incluindo ações eficientes em controle da doença, atualmente sete dos mais movimentados aeroportos asiáticos são chineses. Aliás, seis deles são novos na lista.
Ainda assim, no comparativo numérico do total de passageiros transportados em 2019, ante este ano, o volume dos aeroportos chineses está abaixo do ranking anterior
“O impacto da covid-19 mudou completamente o cenário do setor aeroportuário, conforme visto nos rankings dos aeroportos mais movimentados em termos de tráfego de passageiros e de carga”, disse Luis Felipe de Oliveira, diretor-geral de ACI World.
A Ásia-Pacífico foi uma das regiões com maior impacto do fechamento de fronteiras para a aviação comercial, com a maioria dos grandes aeroportos sofrendo grandes perdas no tráfego e arrecadação. Segundo a ACI World, a dependência do fluxo internacional de passageiros afetou especialmente os terminais de Pequim (PEK), o aeroporto mais movimentado da região em 2019, e Tóquio (HND), o segundo na lista. Ao longo de 2021 ambos os aeroportos sequer figuram entre os dez maiores da Ásia-Pacífico, demonstrando a forte conexão do mercado internacional.
Um dos dados apontados pelo relatório da ACI World é a demora da Ásia em reverter o impacto negativo da pandemia no transporte aéreo regular, com uma recuperação mais lenta do que o esperado. Entre os motivos está a política do fechamento de fronteiras que foi adotada por diversos países e que não foi completamente revisto. Ironicamente, a Ásia-Pacífico a região que mais impulsionou o crescimento da indústria de transporte aéreo global na última década e agora permanece como uma das que mais tem sido afetadas por políticas sanitárias extremas de risco zero.
“O tráfego aéreo é a força vital do negócio aeroportuário e destacamos a necessidade de ações governamentais na promoção de viagens seguras, incluindo uma abordagem coordenada e baseada no risco para testes e vacinação em vez da imposição de restrições em grande escala e medidas gerais”, destacou Oliveira.