Governo brasileiro e argentino discutem ampliação de acordo de céus abertos
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 27/02/2021, às 17h00 - Atualizado às 17h11
Após mais de trinta anos Congonhas poderá retomar operações internacionais
Brasil e Argentina poderão criar acordo de céus abertos, ampliando seus acordos de fronteira, que poderá criar até mesmo uma ponte aérea entre os aeroportos centrais de Congonhas, em São Paulo, e o Aeroparque, de Buenos Aires.
O secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio e o embaixador da Argentina, Daniel Osvaldo Scioli, se reuniram em Brasília para tratar de acordos envolvendo as fronteiras aéreas e terrestres.
O governo brasileiro deseja ampliar o acordo aéreo com a Argentina, podendo estender até mesmo para a modalidade céus abertos. Porém, o Ministério de Infraestrutura não deixou claro qual será a extensão do acordo.
Por ora, o secretário nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, que também participou da reunião, confirmou que está em fase avançada o processo de internacionalização de Congonhas para a aviação de negócios. A intenção é permitir operações internacionais com jatos executivos, ampliando assim a capacidade do terminal e melhorando a conectividade.
Atualmente um voo executivo é obrigado a sair de São Paulo via o aeroporto de Guarulhos, ou de outro terminal internacional. Muitas vezes o plano de voo prevê a internacionalização a partir de aeroportos na região Norte ou Nordeste, permitindo ao menos a partida de Congonhas, com uma escala intermediária apenas para cumprir as regras de entrada e saída do país. Com a internacionalização de Congonhas será possível maximizar o uso dos aviões de negócios e reduzir tempo e custos de operação.
Dentro os acordos negociados entre o Brasil e a Argentina uma eventual possibilidade de voos comerciais internacionais em Congonhas dependerá de qual modelo imigratório será adotado por ambos os países. “É uma prioridade nossa a internacionalização de Congonhas”, afirmou Sampaio, no encontro com o embaixador Scioli.
Porém, o Ministério da Infraestrutura já adiantou que tal opção, caso seja oficializada, dependerá dos investimentos em internacionalização a partir dos pelos futuros operadores do aeroporto paulistano, previsto para ser leiloado na 7ª rodada de concessões, em 2022.
No lado argentino o Aeroparque recebe operações internacionais há vários anos, complementando o aeroporto de Ezeiza, o principal de Buenos Aires. O retorno das operações internacionais em Congonhas é um tema debatido desde a inauguração do aeroporto de Guarulhos. Possivelmente haverá espaço para discussões sobre voos apenas para países do Cone Sul, em especial a Argentina e o Chile, ainda que qualquer operação dependerá de mudanças nas atuais regras e legislações brasileiras.