Retorno do modelo é considerado vital para a sobrevivência do fabricante
Por Gabriel Benevides Publicado em 14/10/2020, às 13h00 - Atualizado às 17h52
Alguns clientes do 737 MAX, como a Air Italy, faliram antes mesmo da retomada dos voos com o modelo
Enquanto a FAA realiza os últimos ajustes para finalmente permitir a Boeing retomar as entregas do 737 MAX, o fabricante começa a se preparar avaliar o modelo que será adotado nesta fase inicial, visto que centenas de aeronaves produzidas estão estacionadas há vários meses.
Com a nova certificação planejada para os próximos dias, a Boeing está trabalhando intensamente para deixar pronto cerca de 460 aeronaves que devem ser entregues rapidamente aos seus operadores ao redor do mundo.
Para agravar a situação, o surto do novo coronavírus fez com que alguns dos operadores desistissem de receber algumas de suas unidades encomendadas, seja por problemas de caixa, ou simplesmente por fecharem as portas, como por exemplo a indiana Jet Airways e a italiana Air Italy. Outras empresas com pedidos menores cancelaram a encomenda.
A Boeing procurou fazer acordos de ressarcimento com grande parte dos operadores da família do 737 MAX, além de oferecer algumas unidades já construídas epara operadores que não possuem encomendas do modelo, como a norte-americana Delta Air Lines, que ultimamente optou por aviões da Airbus no seu plano de renovação de frota.
Atualmente a Boeing trabalha na retomada das entregas e planeja como reativar a linha de produção do 737 MAX, ao mesmo tempo que lida com a maior crise interna que passou em seus mais de cem anos de história. Com isso o futuro do fabricante se tornou ainda mais incerto, visto a necessidade urgente de retomada dos voos com o 737 MAX, o que evitará a empresa entrar em colapso. A principal aposta de longo curso da Boeing, o 777X, também amarga algumas baixas por conta de constantes atrasos na certificação do seu projeto e a grave retração do mercado internacional.