A nona edição da Cruzes, o exercício militar realizado no Brasil, inclui alguns dos principais caças em operação nas Américas
Por Micael Rocha Publicado em 08/11/2024, às 14h30
O Cruzex 2024, nome dado ao Exercício Cruzeiro do Sul, organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), é uma atividade militar que mobiliza caças de várias nações na Base Aérea de Natal até 15 de novembro. Esta nona edição do exercício é a maior da América Latina, contando com inovações no emprego de forças de diversos países, incluindo caças norte-americanos e chilenos.
Um dos principais objetivos do Cruzex tem como foco o treinamento de ataque, defesa e estratégia multinacional, O evento reúne 16 países, mais de 3.500 militares e cerca de 100 aeronaves com o objetivo de aprimorar táticas conjuntas e adestramento técnico das Forças Armadas.
Concebida pelo Comando de Preparo (Comprep), a Cruzex 2024 tem como missão amadurecer a doutrina e identificar oportunidades de aprimoramento no preparo das Unidades Aéreas e Aeronáuticas.
O exercício simula um cenário de Guerra Regular, Regional e Limitada, onde os participantes realizam ações específicas de Força Aérea, promovendo o treinamento em operações de combate.
Na Cruzex deste ano, o Brasil participa com seus principais caçadores, entre eles o F-39 Gripen, A-1, A-29 e F-5 Tiger, enquanto a Marinha do Brasil trouxe o A-4.
Já os Estados Unidos, um participante importante dos exercícios, veio com o F-15; o Chile, com o F-16; o Paraguai, trouxe o AT-27; a vizinha Argentina integrou a equipe de treinamentos com seu IA-63 e o Peru participa das atividades com seu KT-1P.
O F-39 Gripen, novo caça da FAB, estreou as operações de treinamento de defesa aérea deste ano, sendo testado em cenários que simulam tanto ameaças internas quanto ofensivas estrangeiras.
O caçador atua em operações de Defesa Aérea Coordenada, executando missões como operações ofensivas (OCA) e defensivas (DCA), consideradas operações essenciais para proteção do espaço aéreo e defesa de ativos estratégicos.
Segundo a legislação brasileira de defesa aérea, é exigido que caças do país estejam aptos a detectar ameaças em tempo real, uma capacidade que o Gripen vem demonstrando com o uso de sistemas avançados de autodefesa, como o Radar Warning Receiver (RWR) e o Missile Approach Warning System (MAWS).
A edição 2024 do Cruzex também promove avaliações de capacidade de sobrevivência em combate dos caças. O F-39 Gripen, em especial, testa sua resiliência com o uso do sistema Mission Planning Assistance II (PMA II), que simula impactos de ameaças e avalia o desempenho dos vetores em tempo real.
Aliás, esse processo é vital para que as forças armadas brasileiras ajustem sua doutrina de defesa, em conformidade com as normas de treinamento de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN e legislações de defesa brasileira.
Além do Gripen, a FAB emprega outros caças, como o veterano F-5 - um caça focado em defesa aérea e operações de reabastecimento em voo - e o A-29 Super Tucano, monoturboélice projetado para ataques integrados ao solo, além de patrulhamento e escolta aérea.
A presença de forças internacionais, como o F-15 norte-americano, reforça a troca de experiências e o aprimoramento das capacidades de defesa, alinhando o Brasil aos protocolos de defesa coletiva e cooperação internacional de acordo com tratados de defesa mútua, como o Acordo de Cooperação em Defesa entre Brasil e EUA.
As simulações da Cruzex 2024 estabelecem um ambiente robusto para que o F-39 Gripen e outros caças aliados aprimorem suas táticas de combate, garantindo que o Brasil se mantenha preparado para enfrentar possíveis ameaças regionais e globais.
A participação multinacional no exercício Cruzex demonstra a importância da colaboração, cooperação e integração entre as forças aéreas dos países aliados, garantindo a proteção e soberania no espaço aéreo da América Latina.