Veterano avião espião deverá receber atualização de sistemas e ampliar seu leque de missões
Por Gabriel Benevides Publicado em 15/06/2020, às 15h00 - Atualizado às 15h17
Veterano espião com 64 anos de serviço, o U-2 e agora deverá atuar como coordenador de missão
Um dos principais personagens do auge da Guerra Fria, utilizado para espionar a União Soviética, o avião U-2 “Dragon Lady” completou 64 anos de serviço ativo e parece estar prestes a aprender mais um novo truque.
Operado atualmente pela força aérea dos Estados Unidos (USAF) o modelo poderá receber uma nova missão, passando ser utilizado como um roteador voador dentro do chamado Sistema Avançado de Gerenciamento de Batalha (ABMS, sigla em inglês). O projeto permite integrar a comunicação e compartilhamento de dados entre aeronaves da USAF, forças terrestres do exército, navios da marinha, assim como aeronaves voando em alto mar em operações especiais.
O ABMS foi projetado para permitir a comunicação de diferentes sistemas que hoje são totalmente incompatíveis durante a maior parte das operações militares. O novo sistema permitirá que um F-35 se comunique seguramente com um F-22 Raptor, o que por mais incrível que pareça é impossível na maioria dos cenários atuais.
U-2 poderá fazer enlace de dados e comunicação entre aeronaves e tropas no solo ou no mar
Por ser uma aeronave projetada para voos de longa duração em alta altitude, voando acima de 70.000 pés, o U-2 terá um importante papel no projeto ABMS, podendo se beneficiar de sua longa autonomia e raio de cobertura de seu sinal. De forma simplificada o avião funcionará como uma espécie de satélite de baixa altitude, conectando e distribuindo o novo sistema de gerenciamento de batalhas.
Como parte do projeto o avião espião passará por uma atualização na suíte de aviônicos, que incluirá novos display e a instalação do sistema Enterprise Mission Computer 2, projetado para integrar a comunicação de diferentes plataformas militares.
Com essas atualizações, a carga de atividade do piloto será menor e a aeronave passará a analisar automaticamente o tráfego de dados e operadores remotos de solo passarão a avaliar os sensores do avião. Um contrato de US$ 50 milhões foi emitido para a Skunk Works, subsidiária da Lockheed Martin para a atualização de 31 aeronaves.
Painel receberá uma série de melhorias, incluindo suíte de aviônica mais moderna que reduzirá carga de trabalho do piloto