Medida ocorre após investigação sobre incêndio envolvendo uma unidade do modelo em dezembro de 2019
Por Gabriel Benevides Publicado em 26/02/2020, às 21h22 - Atualizado às 22h14
É a segunda vez que a Cirrus se vê obrigada a groundear o modelo por conta de problemas operacionais.
Em 27 de dezembro do ano passado, no aeroporto de Santa Mônica, o SF50 N52CV (msn10) foi destruído por um incêndio, o piloto que estava a bordo ao dar início ao checklist de partida, percebeu uma fumaça saindo da parte traseira da cabine, fazendo com que encerrasse os preparativos do voo e se retirasse da aeronave. Por conta do ocorrido, o piloto chamou um engenheiro para tentar conter o fogo que estava tomando conta da aeronave, mas como o incêndio era muito forte, os bombeiros foram chamados. Após conterem as chamas, o teto da aeronave ficou totalmente destruído.
A FAA emitiu uma diretiva de aeronavegabilidade de emergência (AD) no dia 14 deste mês para que todas aeronaves fossem groundeadas imediatamente. De acordo com a diretiva, o incêndio teria dado início após o mal funcionamento de uma placa de circuito do amplificador de áudio que estava com defeito “ A investigação do incidente determinou que a causa principal provável foi um mau funcionamento do amplificador do fone de ouvido envolvendo as placas de circuito da interface do microfone para as tomadas de áudio e microfone de 3,5 mm” diz a AD.
Segundo a FAA, “Este problema pode causar um curto circuito elétrico, e por consequência, dar início à um incêndio na cabine sem ao menos ativar a proteção do circuito. Caso essa condição não seja tratada, pode colocar em risco todos os ocupantes da aeronave com possíveis ferimentos, além da perda do controle do avião.” Após essa diretiva, a FAA revisou um anúncio anterior emitido em 7 de fevereiro de 2020 onde recomendava que todos os operadores do SF50 retirassem os conjuntos de placas de circuito de amplificador de fone de ouvido e de interface de microfone para as tomadas de áudio e microfone de 3,5 mm.
Esta é a segunda vez que a Cirrus se vê obrigada a manter os SF50 em solo; em abril de 2019, foi encontrado um defeito no sensor de ângulo de ataque (AoA). Estes sensores são bastante importantes para o funcionamento de uma aeronave, pois medem o ângulo em que uma aeronave está voando e emitem avisos em qual fase de voo a aeronave está, incluindo avisos de estol se a velocidade relativa do ar for mais lenta que a subida da aeronave. Este sensor funciona girando de acordo com o fluxo de ar e calcula o ângulo de ataque com base em um ponto de referência nas asas ou fuselagem da aeronave.
Até o momento, existem mais de 160 SF50 operando em todo o mundo.