Comac C919 deverá brigar pelo mercado dos A320neo e 737 MAX 8
Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação Publicado em 10/10/2019, às 16h00 - Atualizado às 17h33
C919 é aposta chinesa para o mercado de corredor único e média capacidade
O primeiro avião comercial totalmente desenvolvido na China está próximo de se tornar realidade. A Comac iniciou a produção dos primeiros C919 de série que deverão ser entregues em 2021, após a obtenção do certificado de tipo.
O início da produção tem como objetivo acelerar o ritmo do programa C919, possibilitando a Comac realizar as entregas dos aviões imediatamente após obter a certificação por parte da autoridade de aviação chinesa.
O programa C919 surgiu em meados da década passada com objetivo de inserir a indústria aeronáutica chinesa no competitivo mercado de aviação comercial de corredor único e média capacidade. Atualmente a China é país com maior crescimento no mundo no número de passageiros transportados, com possibilidade de dobrar de tamanho em quinze anos. A Comac espera obter um terço dos pedidos para aeronaves de corredor único feito por empresas chinesas, o que representa algo próximo a 1.500 aeronaves encomendadas.
Os principais rivais do C919 são os Airbus 320neo e 737 MAX 8, que possuem a mesma capacidade e alcance, além de utilizarem basicamente os mesmos sistemas, incluindo os motores CFM Leap (opcional no A320neo e padrão no 737 MAX).
A favor do C919 está seu projeto mais novo, além dos recentes problemas com a família 737 MAX. A Comac afirma que inicialmente não deverá focar seus esforços de venda no mercado internacional, optando por atender a demanda interna. A estratégia além de garantir um expressivo volume de encomendas permitirá ao fabricante ampliar sua cadeia de suporte antes de ingressar no competitivo mercado global.
O mercado estima que o custo de aquisição do C919 poderá ser até 40% inferior aos rivais ocidentais. O modelo acumula 305 pedidos firmes e 703 opções de compra. O programa tem um custo estimado em US$ 20 bilhões, valor excessivamente alto para a faixa de mercado, mas justificado pela necessidade da Comac em desenvolver soluções que não dispunha e que permitirá projetar novos aviões no futuro com custos menores.