Mercado mundial poderá buscar aeronaves com menor capacidade no curto prazo
Por Gabriel Benevides Publicado em 26/05/2021, às 12h00 - Atualizado às 13h07
Mudança na aviação comercial pode favorecer vendas das versões de maior capacidade da família E-Jet E2
A Embraer acredita no potencial de vendas da família E-Jet no cenário pós-pandemia, especialmente em decorrência da recuperação da economia mundial e a maior demanda por aeronaves de menor capacidade.
Segundo o CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, as companhias aéreas deverão buscar de aeronaves com capacidade de até 140 lugares, fazendo do Embraer 195-E2 uma das grandes opções para os operadores que pretendem atualizar a frota sem abrir mão da eficiência.
Um dos desafios futuros para as companhias aéreas será manter os custos sob controle ao mesmo tempo que diversificam sua malha de voo. Em entrevista ao portal AIN Online, o executivo destacou os motivos que levaram ao programa do E175-E2 postergar a sua certificação, que agora deverá ocorrer no segundo semestre de 2024.
Um dos entraves do E175-E2 é seu peso máximo de 39.000 kg, quase 6.000 kg acima dos limites da legislação norte-americana referentes aos aviões comerciais regionais a jato.
O fabricante acredita que a pandemia deverá exigir mudanças na regulamentação da aviação regional dos Estados Unidos, mas que o processo deverá ocorrer apenas no médio prazo. Além disso, a Embraer foi obrigada a adiar gastos no programa E-Jet E2 em decorrência do fim da parceria com a Boeing, que deveria ter sido concluída no primeiro semestre do ano passado.
A Embraer neste momento vai concentrar seus esforços nos atuais E190-E2 e E195-E2, que além de certificados oferecem potencial de vendas já no curto prazo.
“Se hoje houvesse um cliente querendo a aeronave, seria uma discussão diferente, mas com a Covid, o mundo inteiro está em uma pequena pausa e dissemos: 'Vamos nos concentrar nos modelos 190 e 195 de curto prazo”, disse Meijer ao portal AIN Online.
A Embraer espera que o mercado da aviação comercial retome a patamares satisfatórios e saia da atual crise nos próximos dois ou três anos, permitindo assim ampliar o número de clientes para a família E2.