Cenipa analisará gravadores de avião acidentado no Cazaquistão

Militares do Cenipa analisarão os gravadores de voz do Embraer E190 da Azerbaijan Airlines

Por Marcel Cardoso Publicado em 30/12/2024, às 09h35

O acidente vitimou fatalmente 38 das 67 pessoas a bordo - Reprodução/Redes Sociais

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, o Cenipa, do Brasil, será responsável por extrair informações dos gravadores de voo do Embraer E190 da Azerbaijan Airlines, que caiu no Cazaquistão na última quarta-feira (25).

A aeronave de matrícula 4K-AZ65 apresentava problemas nos controles de voo enquanto tentava realizar um pouso no aeroporto de Aktau (SCO). Antes disso, o avião havia desviado de sua rota inicial em direção a Grozny (GRV), na Rússia.

O Ministério dos Transportes do Cazaquistão afirmou que, de acordo com os padrões da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), o estado investigativo tem o direito de escolher o destino dos gravadores. Após consultas com autoridades de aviação do Azerbaijão e da Rússia, foi decidido que os equipamentos seriam enviados ao Cenipa.

Segundo as investigações preliminares, há indícios de que o E190 foi danificado por uma explosão externa ocorrida durante uma ação militar no sul da Rússia. “O Cenipa tem as capacidades técnicas necessárias, está equipado com sistemas apropriados e possui um laboratório certificado para a leitura dos gravadores”, informou o ministério do país asiático, que acrescentou que a sede do fabricante do avião é no Brasil.

A comissão cazaque, composta por especialistas internacionais, delineou um plano de trabalho que inclui visitas ao local do acidente e inspeções em um hangar onde os destroços da aeronave serão armazenados.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) pediu uma investigação "minuciosa, imparcial e transparente" e ressaltou a importância de publicar um relatório preliminar dentro de 30 dias, conforme as normas da ICAO. “Em respeito às 38 pessoas que perderam suas vidas e aos sobreviventes, precisamos descobrir por que essa catástrofe aconteceu e tomar medidas para garantir que nunca se repita”, disse Willie Walsh, diretor-geral da IATA.

Walsh disse ainda que a possibilidade de a aeronave ser vítima de operações militares coloca como prioridade uma investigação clara e objetiva.

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