Avião havia decolado com destino a Antártica e autoridades consideram aeronave desaparecida
Por Gabriel Benevides Publicado em 10/12/2019, às 09h30 - Atualizado em 11/12/2019, às 20h24
C-130 Hercules da força aérea chilena some durante viagem com destino a Antártica
Um C-130 Hercules da força aérea do Chile (FACh) desapareceu com 38 pessoas a bordo enquanto voava para a Antártica. O cargueiro militar tinha como destino a base antártica chilena Presidente Eduardo Frei Montalva e havia decolado de Punta Arenas.
Por meio de nota oficial, a FACh confirmou que o Hercules desapareceu dos seus radares nesta segunda-feira após decolar da base aérea Chanbuco, no extremo sul do país por volta 18h13, menos de duas horas após sua partida. Aeronave realizava uma missão rotineira de apoio as missões na Antártida, levando 17 tripulantes e 21 passageiros.
Segundo nota oficial, o avião estava “cumprindo tarefas de apoio logístico e estava levando uma equipe técnica para revisão de um oleoduto de reabastecimento de combustível da base e também a realização de tratamento anticorrosivo das instalações”.
O avião foi declarado como “sinistrado” após a autonomia ter expirado no início desta terça-feira (10). A FACh passou a considerar o C-130 como desaparecido e informou que está trabalhando nas buscas por sobreviventes na região de Magalhães, no sul do Chile.
O C-130 está equipado com o sistema ELT (Emergency Locator Transmitter) que indica a posição da aeronave em caso de sinistro através de sinais via satélite, mas até o momento o dispositivo não emitiu nenhum sinal.
Após o comunicado chileno, a força aérea do Uruguai disponibilizou um Hercules para auxílio nas buscas. Alguns navios mercantes que estão na área foram convocados para auxiliar nas buscas.
O presidente do Chile, Sebastian Piñera embarcou para Puntas Arenas ao lado dos ministros de Interior e da Defesa, Gonzalo Blumel e Alberto Espina, respectivamente, para acompanhar os trabalhos de buscas.
De acordo com a FACh estão sendo empregados uma série de meios de busca ao avião, incluindo dois navios mercantes, dois navios da marinha chilena, assim como:
- um DHC-6 Twin Otter da FACh
- um BAE DASH-1 da DAP, empresa área especializada em missões antárticas
- dois F-5E da FACh
- um C-130 da FACh
- um P-111 da marinha chilena
- um P-295 da marinha chilena
- quatro F-16 da FACh
- um C-130 da força aérea do Uruguai
- um C-130 da Fuerza Aérea Argentina
As missões entre o sul do continente americano e a Antártida são consideradas rotineiras no Chile, que mantém uma operação bastante intensa entre os dois continentes. Ambas as bases chilenas são também utilizadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) em suas missões para o continente gelado.
O clima em rota, segundo as autoridades chilenas, era bom no momento do acidente. Todavia, os voos na região extremo sul do planeta sofrem com a constante e inesperada mudança no clima, em especial com ventos com fortes rajadas. A FACh acredita que o avião possa ter realizado um pouso com sucesso na região de Magalhães, ainda dentro do continente sul-americano. O maior temor é um acidente nas águas da passagem de Drake, a parte do oceano antártico situada entre a América do Sul e a Antártica, considerada uma das regiões com piores condições meteorológicas marítimas do mundo. Uma eventual busca na região pode ser bastante delicada para as equipes de socorro.