Boeing realiza voo autônomo com cinco aviões a jato

Sistema avançado de inteligência artificial foi testado em modelos em escala

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 03/12/2020, às 14h00 - Atualizado às 15h57

Desafio do projeto está na capacidade da inteligência artificial controlar de forma autônoma todo o voo

A Boeing concluiu os ensaios de voo com cinco aeronaves de alto desempenho operando de forma autônoma, através de um sistema de inteligência artificial, que ocorreu novo centro de testes Queensland Flight Test Range, localizado em Cloncurry, na Austrália.

A avançada tecnologia de operação autônoma inclui um comando a bordo e controle e recursos de compartilhamento de dados, que foram testados em um avião de alta performance de 3,4 metros de comprimento especialmente construído para avaliar a tecnologia.

Os testes duraram 10 dias, com as aeronaves adicionadas gradativamente até que as cinco operassem juntas. Durante os ensaios as aeronaves atingiram uma velocidade de 270 quilômetros (167 milhas) por hora.

“Os testes demonstraram nosso sucesso na aplicação de algoritmos de inteligência artificial para ‘ensinar’ o cérebro da aeronave a entender o que é exigido dela”, disse Emily Hughes, diretora da Phantom Works International.

Os aviões mantiveram a comunicação autônoma entre eles, assim como as equipes em terra, através de uma robusta plataforma de enlace de dados (data link), que é na prática a evolução de sistemas já usados há vários anos na aviação militar,

"Os recursos de link de dados permitiram que a aeronave se comunicasse com outras plataformas para que pudessem colaborar para cumprir uma missão", explicou Hughes. O maior desafio do projeto não estava ligado ao tamanho dos aviões, mas na criação de um algoritmo capaz de aprender e aplicar em tempo real ações para controle das aeronaves.

Saiba mais...

A divisão internacional do Phantom Works amplia a capacidade do centro de pesquisa de tecnologias avançadas da Boeing, sendo um dos maiores desenvolvedores de sistemas militares dos Estados Unidos. O centro originalmente pertenceu a McDonnell, que foi absorvida pela Boeing, em 1997. Atualmente grande parte das pesquisas se concentram no desenvolvimento de ciências que permitam avançar no uso intensivo de inteligência artificial na aviação, incluindo civil.

A tecnologia e as capacidades comprovadas neste programa devem ser absorvidas pelo do Boeing Airpower Teaming System e das futuras plataformas autônomas do fabricante norte-americano. As atividades de ensaio em voo foram o marco final de entrega de resultados da parceria entre a Boeing e o governo de Queensland. A Austrália embora não conte com uma grande tradição na indústria aeronáutica, é um importante polo tecnológico e de desenvolvimento, sendo parte do Projeto de Tecnologia de Plataforma de Sistemas Autônomos Avançados da Boeing.

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