Boeing pode entrar em recuperação judicial, diz presidente da Emirates

Tim Clark, presidente da Emirates, disse que uma possível redução na classificação de crédito sinalizará uma recuperação judicial

Por Marcel Cardoso Publicado em 15/10/2024, às 08h19

Os sucessivos atrasos na produção do 777X e a atual greve de funcionários estão potencializando a crise na Boeing - Divulgação

Tim Clark, presidente da Emirates, disse que a Boeing pode enfrentar um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, sob o chamado Capítulo 11, se não conseguir levantar novos fundos.

A declaração foi dada em uma entrevista ao site The Air Current. Clark argumentou que a medida permitiria ao fabricante norte-americano propor um plano de reorganização ao judiciário. "Uma redução na classificação de crédito pode preceder os procedimentos de recuperação judicial", disse.

Na última sexta-feira (11), a empresa informou que a divisão de aviões comerciais prevê encargos antes de impostos de US$ 3 bilhões (R$ 16,8 bilhões) nos programas 777X e 767. Por conta disso, a primeira entrega do 777-9 está agora prevista para 2026, enquanto o cargueiro 777-8 deverá ser entregue em 2028, resultando em um encargo antes de impostos de US$ 2,6 bilhões (R$ 14,6 bilhões), levando em consideração atrasos nos testes de voo do 777-9, bem como os efeitos de uma greve de funcionários que já completou um mês.

Além disso, O fabricante norte-americano também anunciou que encerrará a produção do cargueiro 767F, reconhecendo um encargo de US$ 400 milhões (R$ 2,24 bilhões) antes de impostos relacionado ao programa. A partir de 2027, a Boeing produzirá exclusivamente a aeronave 767-2C para o programa de reabastecimento aéreo KC-46A.

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