Boeing avança nos acordos de indenização para os operadores do 737 MAX

American Airlines distribuirá para do valor com funcionários e United prevê retomada dos voos apenas em junho

Por Gabriel Benevides Publicado em 10/01/2020, às 15h00 - Atualizado às 20h02

American Airlines concluí acordo referente a indenização pela paralisação do 737 MAX

A Boeing avança nos acordos com operadores do 737 MAX, que buscam compensações financeiras pelo longo período que os aviões estão proibidos de voar. A American Airlines, a maior empresa aérea dos Estados Unidos, confirmou que chegou a um acordo com a Boeing referente as indenizações que deverá receber.

A companhia aérea não forneceu detalhes do contrato formalizado, considerando as negociações sigilosas, mas em nota adiantou que serão adicionados US$ 30 milhões ao programa de divisão de lucros com os funcionários. A American deverá distribuir o valor até março de 2020, além de ressaltar que qualquer compensação futura será devidamente redistribuída. A opção por distribuir parte da indenização com os funcionários ocorreu por conta da redução projetada no lucro operacional anual de 2019, impactado pelo resultado da paralização do 737 MAX.

LEIA TAMBÉM

"Apesar dos desafios constantes que a base trouxe, os membros da equipe da American Airlines continuam fazendo um trabalho incrível cuidando de nossos clientes", disse o presidente e CEO da American, Doug Parker.

O acordo com a American segue o já anunciado publicamente pela também norte-americana Southwest e a turca Turkish Airlines, que acertaram modelos distintos de compensação pela paralização do 737 MAX.

Retorno apenas em junho

United Airlines projeta retomada dos voos com o 737 MAX para junho

Não existe uma data para retorno das operações com o 737 MAX, que pelo cronograma da Boeing deveria ter ocorrido no mais tardar em dezembro de 2019. Atualmente a FAA, a agência de aviação civil dos Estados Unidos, não comenta mais sobre prazos para recertificação do modelo.

Recentemente na análise de projeto foi verificado um problema na forma como os cabos elétricos são distribuídos pela estrutura, o que pode ocasionar um curto-circuito em caso de superaquecimento.

A também norte-americana, United Airlines, no final de 2019 reagendou o retorno ao serviço dos 737 MAX para meados de junho, que caso se confirme ocorrerá um ano e três meses após a suspensão dos voos.

“Como o MAX não tem uma data definida de retorno, adiar nossa operação com a aeronave até o início de junho é o melhor para nossos clientes e nossa operação”, afirmou o porta-voz da United, Frank Benenati. A empresa optou por uma agenda mais conservadora, com objetivo de manter maior segurança operacional e em seu planejamento de rotas. O provável retorno em junho coincidirá com o período de maior movimentação do tráfego aéreo nos Estados Unidos, no verão do hemisfério norte.

 A United já havia adiado suas operações com o 737 MAX até março de 2020, no entanto, sem uma definição para o uso das aeronaves a companhia não pode vender passagens para rotas que seriam operadas pelos aviões, sob risco de não cumprir a programação. Com a proibição dos voos com o modelo a United se viu obrigada de cancelar 56 voos diários apenas entre os meses de janeiro e fevereiro, aumentando para 80 em março e abril e 108 em maio e início de junho.

A expectativa do setor é que junho será a data mais provável de retorno comercial do 737 MAX, visto o tempo necessário para readequar as aeronaves paralisadas e iniciar o treinamento das tripulações.

ASSINE AERO MAGAZINE COM ATÉ 76% DE DESCONTO

aeronave avião Boeing 737 MAX Acidente American Airlines Southwest 737 United Airlines low cost MAX notícia de aviação Turkish