Atrasos na documentação e problemas internos da Boeing poderá forçar o 737 MAX 10 ser certificado apenas na metade de 2023
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 04/10/2022, às 17h40
A certificação do 737 MAX 10 poderá ocorrer apenas no verão de 2023, no hemisfério Norte, extrapolando em mais de seis meses o prazo final da FAA, a agência de aviação dos Estados Unidos, para manter o avião dentro das atuais regras.
Recentemente foi confirmado pela FAA que a certificação do 737 MAX 7, versão de menor capacidade, também estava distante de ser encerrada. Os atrasos no envio da documentação, por parte da Boeing, poderá comprometer a agenda dentro do prazo atual.
A menos que ganhe o Congresso dos Estados Unidos permita uma ampliação do prazo para certificação dos dois aviões, dentro das regras atuais que vencem no dia 31 de dezembro, a Boeing deverá atender aos novos requisitos de alerta de cockpit.
Uma eventual necessidade de agregar o sistema de alerta à tripulação e de indicação do motor (EICAS, na sigla em inglês), inexistente em toda a família 737, poderá atrasar a entrada em serviço dos dois modelos em vários meses, com uma previsão realista ocorrendo no final de 2024.
Na última semana o senador Roger Wicker, membro do Comitê de Comércio do Senado, sugeriu estender o prazo para a Boeing certificar os 737 MAX 7 e MAX 10, com validade até setembro de 2024, ou seja, uma flexibilização de 21 meses.
Todavia, não está claro se o Congresso do Estados Unidos aprovará uma emenda a Lei já aprovada e que estabeleceu o prazo para o final deste ano.
Os executivos da Boeing, que recentemente mudou sua sede para Arlington, nos arredores de Washington D.C, continuam trabalhando para certificar os aviões dentro das regras atuais.
“Estamos discutindo com os formuladores de políticas o tempo necessário para concluir essas certificações, seguindo os processos estabelecidos”, disse a Boeing em comunicado.
A Boeing chegou a afirmar que não descartava desistir do projeto 737 MAX 10 caso não pudesse certificar o avião dentro das regras atuais, visto a inviabilidade de instalação do EICAS.
Há poucos dias a FAA expressou sua preocupação com o ritmo de trabalho da Boeing, que atrasou o envio de documentos do processo de certificação do 737 MAX 7. Atualmente ao menos 70 por cento das avaliações estavam passando por revisão ou alterações e, em outros casos, faltavam documentos.