Azul anuncia acordo de renegociação da dívida de cerca de R$ 4 bi com arrendadores de aeronaves
Por Wesley Lichmann Publicado em 06/03/2023, às 09h42
A Azul Linhas Aéreas anunciou na noite de ontem (5), que fechou um acordo de renegociação da dívida com os arrendadores de aeronaves. Sem divulgar os valores, a companhia afirma que os débitos representam mais de 90% do seu passivo referente ao aluguel de sua frota.
A Azul tem custos de mais de R$ 4 bilhões atrelados a arredamentos a vencer em 2023, além de R$ 700 milhões aos bancos. Segundo Alex Malfitani, CFO da companhia, o valor representa cerca de 80% da dívida bruta nominal da empresa. Ainda segundo o executivo, novos acordos com os demais arrendadores e fornecedores de peças devem ser anunciados.
Com o acordo, a companhia espera atingir o ponto de equilíbrio ainda este ano. Em 2024, a empresa espera voltar a gerar caixa e aumentar sua posição de liquidez.
Em comunicado, a Azul informou que a aprovação do refinanciamento dos débitos junto aos lessors é parte importante do plano de reestruturação da empresa, e fortalece o caixa e a liquidez da companhia, além de entregar aos arrendadores a totalidade dos valores acordados.
A renegociação envolve a troca de títulos de dívida com vencimento em 2030 e ações precificadas sobre um balanço patrimonial reestruturado, enquanto as empresas de arrendamento reduzirão os pagamentos da Azul para eliminar diferimentos relacionados à crise sanitária bem como a diferença entre as taxas contratuais junto a companhia e as taxas de mercados atuais.
"Os arrendadores representam 80% de nossa dívida bruta nominal. A celebração desses acordos demonstra um enorme sucesso em nossa abordagem. Os arrendadores reconheceram que apoiar a Azul é uma decisão empresarial inteligente que maximiza sua receita, mas ainda assim nos sentimos honrados e gratos pelo seu valioso apoio. Nenhuma aeronave saiu da nossa frota durante essas negociações e, na verdade, nossos parceiros nos entregaram 12 novas aeronaves adicionais nos últimos cinco meses. As negociações continuam com os arrendadores e demais parceiros, como os OEMs, e estamos muito otimistas de que chegaremos a acordos com todos eles", disse Alex Malfitani, CFO da Azul.