Pedidos deveriam ser entregues ao longo dos próximos três anos, mas empresa trabalha para readequar a frota a nova realidade
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 13/05/2020, às 18h34 - Atualizado em 14/05/2020, às 11h02
Azul entrou na crise como uma das empresas mais sólidas do mundo e com pedidos bilionários junt oa Embraer e Airbus
Texto atualizado no dia 14 de maio de 2020, às 8h55
A Azul anunciou hoje (13) que está em negociação com a Embraer para poder postergar a entrega de 59 aeronaves da família E-Jet E2, que estavam previstas para chegar a frota da companhia entre 2020 e 2023. A intenção é iniciar agora as entregas a partir de 2024, dando maior folego para a empresa superar os próximos meses de incerteza e redução da demanda.
De acordo com a Azul, o total do pedido tem preço de tabela de R$4,2 bilhões. A iniciativa pretende responder aos impactos da COVID-19 no setor aéreo, visando resguardar o caixa da companhia aérea para preservar o seu negócio no médio prazo.
Com o novo ambiente de demanda, a Azul foi obrigada a reajustar sua malha, reduzindo em 90% a capacidade no mês de abril comparado com 2019, além de também buscar cortar os custos e despesas com folha de pagamento em 50% comparado com o mesmo período do ano passado.
“A Azul entrou nessa crise como uma das companhias aéreas mais rentáveis do mundo. Não há precedentes para o tamanho do impacto da pandemia na economia brasileira e global, e o momento de recuperação ainda permanece incerto”, explicou John Rodgerson, CEO da Azul. “Esse acordo com a Embraer para adiar as próximas entregas de aeronaves começando em 2024 é um componente importante do nosso plano de recuperação, o que nos permite criar um caminho com liquidez para percorrer esta crise".
A Azul afirmou que continua trabalhando com seus parceiros em seu plano de otimização de frota e manterá o mercado informado sobre novos desenvolvimentos. A expectativa é que o acordo seja aceito por ambas as partes, mas evidencia os desafios do setor aéreo no Brasil para os próximos meses.
Em nota enviada a AERO Magazine, de forma espontânea, a Embraer afirma que embora alguns clientes tenham revisado o fluxo de entregas projetadas para 2020, não houve ainda nenhum tipo de cancelamento.
Leia abaixo na íntegra a nota da Embraer:
Como resultado da crise sem precedentes no transporte aéreo em virtude do surto de COVID-19, alguns clientes solicitaram à Embraer a revisão do fluxo de entregas de aeronaves para se adaptar à nova realidade. Embora as mudanças afetem as entregas projetadas em 2020, não houve nenhum cancelamento. A aviação regional tem sido um elemento-chave para manter os serviços essenciais e a malha aérea durante a crise e já é possível observar algumas companhias aéreas retomando gradualmente os voos comerciais usando E-Jets. A Embraer continua a apoiar totalmente seus clientes e está confiante de que o E-Jets terão um papel essencial na recuperação do setor aéreo.