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Conheça a relação da American Airlines com a carga aérea

Negócio com mais de 75 anos incluiu até mesmo os Boeing 747 da Nasa utilizados para transportar o ônibus espacial


A American Airlines está expandindo a sua programação de carga durante o mês de maio através de 140 voos semanais para quinze cidades da Ásia-Pacífico, Europa e Caribe. Ampliando o protagonismo do transporte cargueiro nas operações de rotina e atendendo a demanda crescente gerada pela pandemia do novo coronavírus.

Por mais de 75 anos as operações de carga se tornaram importantes dentro da operação e da geração de caixa da American Airlines, mas ganham destaque dentro da maior crise vivenciada pelo setor aéreo em toda a sua história. Além de fornecer uma fonte de recurso adicional, o transporte cargueiro se tornou um dos principais meios de atenuar os efeitos da COVID-19, permitindo que milhões de itens hospitalares fundamentais sejam levados até os locais com maior necessidade.

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“O modo de voarmos não mudou, mas por necessidade, os cuidados das pessoas no modo de vida tiveram mudanças. Os nossos esforços apenas com carga nos permitiram transportar equipamentos médicos, ferramentas de comunicação e tecnologia, produtos farmacêuticos e suprimentos de comida”, disse Rick Elieson, presidente de carga e vice-presidente de operações internacionais. “A carga aérea está posicionada de maneira única para conectar o mundo em um momento que barreiras e distâncias ameaçam nos separar. Estou imensamente orgulhoso de nossas equipes e parceiros de negócios que se uniram para tornar esses voos possíveis”.

Os Douglas DC-3 foram amplamente utilizados em transporte cargueiro nos anos 1940

Durante curto período de tempo a American utilizou o 747-100 em voos de carga. Dois deles foram posteriormentes vendidos para a Nasa e transpotaram o ônibus espacial

Elevada capacidade dos aviões de fuselagem larga maximizaram o uso de aviões de passageiros em transporte de cargas em contêiner

A origem da American Airlines está intimamente ligada com a necessidade de transporte cargueiro, quando na década de 1940 um Douglas DC-3 carregado com mais de 1.500 kg de espinafre fresco, flores, peças de avião e roupas realizou o primeiro voo cargueiro programado de Burbank, Califórnia, para o aeroporto de La Guardia (LGA) em Nova York. O voo ocorreu no 15 de outubro de 1944, no auge da Segunda Guerra, momento que os esforços de guerra consumiam grande parte dos recursos produzidos nos Estados Unidos. O potencial cargueiro foi tão elevado que a American Airlines se tornou a primeira companhia aérea norte-americana a dispor de terminais de cargas dedicados, estratégia realizada antes mesmo da então gigante Pan American Airways.

A American passou a dedicar parte da frota as operações exclusivamente cargueiras em outubro de 1974, com seis Boeing 747-100, passando a oferecer cerca de 80 toneladas na capacidade em diversas rotas nos Estados Unidos. Durante o primeiro ano os 747 cargueiros chegou a transportar uma grande variedade de itens desde uma grande prensa de impressão a produtos frescos.

A American fez o uso de aeronaves exclusivas para transporte de cargas durante uma década, até a chegada de aeronaves widebody mais novas, como os então McDonnell Douglas DC-10 e o Boeing 767, que permitiram o carregamento de containers nos porões mesmo em voos de passageiros, tornando seu uso mais eficiente que a obtido com aviões puramente cargueiros.

Inclusive,os dois 747-100 utilizados pela NASA como avião de transporte para ônibus espacial, eram da frota da American Cargo, e foram utilizados até meados de 2012 pela agencia em uma missão extremamente delicada.

Dois 747 cargueiros ex-American foram empregados pela Nasa. Na imagem primeiros ensaios em voo com a nave Enterprise, note a pintura básica da companhia aérea

Atualmente a American Airlines se tornou um importante coadjuvante de transporte de cargas em todo o mundo, utilizando os porões de suas aeronaves no suporte a demanda global de encomendas expressas e cargas de grande volume ou peso. Com o avanço da pandemia a carga aérea passou a desempenhar um papel significativo na nova realidade imposta, passando a transportar mercadorias críticas, como remessas de testes para a COVID-19, equipamentos e insumos hospitalares e encomendas gerais, inclusive para consumidores domésticos que elevou o uso do comércio eletrônico, ampliando a necessidade de transporte aéreo cargueiro.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 13/05/2020, às 08h00 - Atualizado às 08h21


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