Buscando eficiência e operando em um cenário desafiador, Azul investe na renovação de sua frota
Por Wesley Lichmann Publicado em 02/03/2023, às 12h40
Representando cerca de 40% dos custos, os gastos com combustível são a principal variável financeira de uma companhia aérea. Para reduzir as despesas é necessário investir em aeronaves mais eficientes e que encaixem perfeitamente nas rotas e destinos atendidos.
Com a equação de custos equilibrados, e os ajustes necessários de oferta e demanda, além do produto oferecido, as empresas têm investido cada vez mais na melhoria de suas frotas.
Em busca da eficiência, além de reduzir custos e ampliar a sua malha doméstica e internacional, a Azul Linhas Aéreas tem renovado a sua frota constantemente. A companhia que oferece o maior número de destinos no país, receberá seu quadragésimo oitavo Airbus A320neo.
O jato de corredor único gasta cerca de 20% menos querosene de aviação (QAV) quando comparado a versão anterior, além de possibilitar maior flexibilidade na configuração interna, reduzindo o custo unitário por assento.
Além do A320neo, a companhia utiliza seis A321neo, totalizando cinquenta e quatro aeronaves de corredor único da família Airbus. A idade média das aeronaves de fuselagem estreita da Azul é de 4,2 anos, a mais jovem do país.
"A transformação da frota em aeronaves de última geração proporcionará uma expansão significativa da empresa nos próximos anos. Nosso foco está em trazer equipamentos mais eficientes principalmente em termos de custo operacional e impacto ambiental", afirma John Rodgerson, CEO da Azul.
"A incorporação de novos aviões à nossa frota demonstra não apenas o investimento que estamos fazendo em nossa empresa, garantindo que nossos aviões sejam os mais modernos e eficientes, mas também o reconhecimento de fabricantes e lessores em nosso modelo de negócios. Sem essa confiança do mercado não teríamos crescido como crescemos nos últimos meses e não estaríamos projetando notícias ainda mais positivas para um futuro breve", complementa o executivo.
O A320neo é a principal aeronave da Azul e os custos por assento são 29% menor quando comparado aos Embraer da geração anterior. No ano passado a utilização média do modelo na empresa foi de 13,2 horas, sendo superado apenas pelo A321neo que reduziu em 34% os gastos e operou uma hora a mais que a versão menor.
Os Embraer 195-E2 reduziram em 26% os gastos por passageiros quando comparado aos E-jets de primeira geração, os E2 voaram 12,1 horas por dia.
Com a constante renovação e utilizando as aeronaves que mais se adequam ao seu negócio, a Azul tem enfrentado os desafios do mercado brasileiro de aviação nos últimos anos.
Impactada pela crise sanitária e frente ao cenário macroeconômico, a companhia vem se estruturando financeiramente para consolidar sua posição no mercado brasileiro. Em dezembro, em evento realizado no aeroporto de Congonhas, John Rodgerson apontou três fatores que tem afetado os negócios do setor no país: o câmbio, o aumento com os custos do combustível e a queda na demanda corporativa.
Para comparação, a procura por voos da Azul em 2022 cresceu 6% em relação ao ano de 2019, enquanto a receita operacional foi de R$ 16 bilhões, alta de 40% que a obtida antes da crise sanitária. A malha da empresa no período aumentou 45% entre 2019 e 2022 passando de 116 para 168 destinos atendidos, operando uma média de 1.000 voos diários.
A Azul encerrou o ano passado, excluindo os turboélices utilizados pela Azul Conecta, com uma frota de 158 aeronaves. A projeção é encerrar o ano de 2023 operando 163 aviões, 83% da frota será composta por modelos e versões de última geração.