Aviação necessita de reviravolta tecnológica em questões ambientais

Para atingir metas de sustentabilidade até 2050 setor deverá se unir em torno de objetivo comum

Por Marcel Cardoso Publicado em 17/03/2021, às 14h00 - Atualizado às 15h12

Empresas aéreas, fabricantes de aviões e de motores trabalham para avançar em eficiência no consumo e emissões

Sustentabilidade no setor aéreo se tornou um tema central para diversos governos e entidades ambientais. Na Europa existe uma pressão constante para redução das emissões de poluentes geradas pela operação aérea, dos aviões até a energia elétrica utilizada nos totens de autoatendimento.

Ao longo de 2019, um dos anos de maior movimento na história da aviação, o setor foi responsável por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa. Projeções atuais sugerem que se não houver mudanças significativas no curto prazo essa participação chegará a 20% em apenas três décadas.

Um levantamento global feito pela consultoria norte-americana Boston Consulting Group (BCG) mostra que a aviação comercial estabeleceu metas agressivas para a redução das emissões de gases de efeito estufa até 2050, mas ainda está longe de alcançá-las.

De acordo com o estudo, apesar do surgimento de uma série de novas tecnologias e legislações específicas por parte dos governos ainda é necessário adotar medidas mais realistas que envolvam fabricantes de aviões e motores, assim como fornecedores e demais empresas do setor aeroespacial.

O setor estabeleceu metas de descarbonização de longo prazo, incluindo uma redução de 50% nas emissões líquidas até 2050, em comparação com os níveis de 2005, mas até agora, o progresso foi limitado.

O desenvolvimento de tecnologias mais avançadas, especialmente de propulsão, pode gerar ganhos significativos de eficiência e redução das emissões. Contudo, a maturidade e potencial concreto de redução dos gases de efeito estufa ainda variam bastante.

O desafio atual é determinar a melhor forma de sincronizar os investimentos nas várias tecnologias inovadoras. Outro problema, especialmente em uma época de baixa demanda e grandes prejuízos, é acelerar os programas de substituição de frota nas companhias aéreas, processo que pode levar de 10 até 15 anos para ser concluído.

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