Número de aeronaves retiradas de serviço permaneceu estável nos últimos sete dias e empresas preparam retomada gradual
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 22/04/2020, às 15h30 - Atualizado às 16h17
Transporte aéreo na Europa foi o mais afetado pela crise do Covid-19 no mundo
A aviação comercial global poderá ter ultrapassado a fase mais crítica desde a escalada da pandemia do coronavírus, em fevereiro. Dados da consultoria Cirium apontam que houve uma ligeira redução no número de aeronaves paradas nos últimos dias.
Atualmente existem pouco menos de 17.000 aviões inativos, o que representa aproximadamente 64% da frota global. O número se manteve estável por sete dias, demonstrando que possivelmente a aviação regular atingiu o topo da curva, com tendência de iniciar agora uma gradual retomada das operações.
Segundo compilação de voos feito pela Cirium, no último domingo (19) as empresas aéreas da Europa voaram pouco mais de 1.200 voos regulares, ante os quase 20.000 no domingo de 23 de fevereiro.
A tendência europeia também se confirmou entre as companhias da América do Norte e da região da Ásia-Pacífico, que operaram índices menores em abril do que no final de fevereiro, mas ainda assim mantinham níveis bem acima da Europa.
De acordo com análise da consultoria Oliver Wyman, a Europa se tornou a região com maior número de cancelamentos de voos, com redução de 74% na malha aérea em abril, seguida pela América Latina com encolhimento de 73%, e a Oceania com 70%. A capacidade global do setor aéreo sofreu uma redução de 59% na primeira semana de abril, representando um impacto três vezes superior à queda registrada nos Estados Unidos após ataques terroristas em 11 de setembro de 2001.
No Brasil a redução foi de 92% nos voos e 56% dos destinos. Atualmente as três principais empresas aéreas do país, a Azul, Gol e Latam, operam de maneira coordenada uma malha considerada essencial englobando para 46 destinos, atendendo as 27 capitais do Brasil e outras 19 cidades do interior. O objetivo, estruturado em parceria com o Governo Federal, é manter níveis mínimos de integração do país.
A expectativa é que o mês de maio registre uma maior abertura dos mercados, especialmente com a flexibilização das regras de distanciamento social e reabertura gradual de fronteiras.