Em encontro com agências reguladoras e empresas aéreas, FAA diz que não está presa a cronograma e avalia mudanças do sistema MCAS
Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 23/05/2019, às 18h00 - Atualizado às 18h44
A volta aos céus do 737 MAX poderá estar mais distante do que a Boeing deseja, ao menos é o que acredita Dan Elwell, diretor da FAA. O processo de recertificação não tem um cronograma definido e deverá seguir um extenso processo de analises por parte da agência reguladora da aviação civil dos Estados Unidos.
A FAA se reuniu hoje (23) com diversas agências reguladoras de todo o mundo e operadores do 737 MAX para discutir a atualização realizada pela Boeing no software que controla o sistema MCAS. O encontro ocorrido em Forth Worth, Texas, discutiu e analisou todo processo de atualização do sistema e os detalhes sobre como os pilotos interagem com os controles do avião e exibições do sistema em diferentes cenários de voo.
A Boeing recentemente reconheceu publicamente que o sistema de software desempenhou um papel contribuinte nos dois acidentes fatais envolvendo o 737 MAX 8, assim como também informou que a atualização do software do MCAS foi concluída com êxito e foram realizadas 360 horas de testes, em mais de 200 voos.
Atualmente a FAA está avaliando os aspectos do sistema de controle do voo e do MCAS, incluindo o design e a interação dos pilotos com o sistema, para determinar sua conformidade com todas as regulamentações aplicáveis e para identificar aprimoramentos futuros que possam ser necessários.
Contudo, para a FAA o processo não tem prazo para ser concluído. “Está levando o tempo necessário para estar certo. Não estou preso a um cronograma”, afirmou Dan Elwell, diretor da FAA, durante uma conversa com repórteres.
Os dois relatórios preliminares dos acidentes com os voos da Lion Air e da Ethiopian Airlines, apontam que o problema foi causado pela ativação indevida do MCAS em virtude de uma informação errada do sensor de ângulo de ataque (AoA).