Após fracasso em joint venture, senador sugere reestatizar a Embraer

Argumento é falha das políticas liberais e riscos a soberania nacional

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 30/04/2020, às 14h10 - Atualizado às 15h42

Após a Boeing romper unilateralmente o acordo de joint venture com a Embraer, o senador Jaques Wagner (PT-BA) apresentou ao Senado um projeto para orientar um futuro processo de reestatização da Embraer.

O projeto lei PL 2.195/2020 prevê ainda a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O parlamentar entende que a Embraer, que foi estatal desde sua criação, em 1969, até 1994, é estratégica para o Brasil. Segundo Wagner, a proposta surgiu após o rompimento da parceria da Boeing, em um negócio que afirma ter sido "ruim desde o início”.

LEIA TAMBÉM

"A Embraer gera 17 mil empregos diretos e 5 mil terceirizados, e é a terceira maior exportadora do país. O receituário liberal, de redução do Estado e privatizações, amplia a dependência externa, com implicações na atividade econômica", justificou o senador.

O parlamentar ainda considera um processo de união com uma empresa estrangeira com um risco a soberania nacional e ao desenvolvimento tecnológico. A proposta ocorre dias após o presidente Bolsonaro afirmar que deverá negociar a venda da empresa e que a decisão de uma futura venda cabe apenas a ele, já que o Governo Federal possui poder de veto em decisões estratégicas na Embraer. Todavia, a golden share permite apenas a possibilidade de veto, sem participação nas negociações.

A Embraer que foi privatizada em 1994, durante o governo Itamar Franco, enfrentava uma série de dificuldades, incluindo a falta de orçamento para manter sua estrutura funcional. Após a privatização a companhia se converteu em um dos maiores fabricantes de aeronaves civis do mundo, ampliando sua área de atuação, que passou incluir aviação de negócios, tecnologias aeroespaciais, entre outros.

aeronave avião Embraer Boeing 737 MAX joint venture E-Jet E-Jet E2 737 MAX 7 notícia de aviação