Baixa demanda global ampliou as perspectivas para manter Super Jumbo fora de serviço
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 21/10/2020, às 08h00 - Atualizado às 19h38
Frota de A380 da Qatar deverá permanecer fora de serviço por ao menos dois anos
A Qatar Airways não deverá retomar os serviços com sua frota de Airbus A380 por ao menos dois anos, contrariando a expectativa inicial que previa o retorno do super jumbo em 2021. A empresa árabe foi uma das que sofreu maior impacto com o fechamento global de fronteiras.
O uso do A380 representa uma oferta excessiva de assentos no curto prazo, o que poderá tornar inviável a operação de dezenas de rotas nos próximos meses. Segundo o CEO da Qatar Airways, Akbar al-Baker, as empresas que continuam operando o A380 estão levando para baixo o valor das tarifas em um momento que as companhias aéreas lutam para manter sua saúde financeira.
"Não achamos que vamos operar nossos A380 pelo menos nos próximos dois anos", afirmou Akbar al-Baker. A postura da companhia aumenta os temores de muitos sobre o futuro da frota global do super jumbo europeu, que vinha se mostrando pouco atrativo para algumas empresas antes da pandemia, mas com a drástica redução da demanda se tornaram proibitivos. A Air France foi uma das primeiras companhias a retirar definitivamente o modelo de operação, encerrando prematuramente a carreira do A380 que acumulava apenas uma década de serviço.
Mais recentemente a British Airways e a Etihad Airways também mantiveram os planos para suspender temporariamente as operações com o A380, enquanto a Lufthansa espera manter fora de serviço ao menos metade da frota dos gigantes da Airbus.
A expectativa é que o último A380 seja entregue para a Emirates no final do ano, encerrando a produção do avião símbolo da Airbus com apenas 249 aeronaves entregues, quase um quarto do mercado pretendido pelo consórcio europeu.