Aeroflot pretende adicionar 200 aviões de fabricação russa a sua frota

Empresa planeja encerrar 2026 com 520 aeronaves e se desfazer de todos os modelos da Boeing

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 31/07/2020, às 18h00 - Atualizado às 18h38

Aeroflot é atualmente o maior cliente do MC-21 que deverá ser certificado nos próximos meses

A Aeroflot planeja adicionar até 200 aviões de fabricação russa em sua frota até meados de 2026, incluindo os atuais SSJ 100 e os futuros MC-21 (MS-21, na grafia ocidental). Além disso, a companhia pretende ampliar a frota no período, passando dos atuais 360 aviões para um total de 520 em seis anos.

A meta ambiciosa ocorre em um momento que a aviação comercial global ainda sente os graves efeitos da paralisação dos voos, causado pela pandemia do novo coronavírus. A Rússia está entre os países mais afetados pela covid-19, mas acredita em uma retomada rápida da atividade econômica até o final do ano.

Segundo os planos da Aeroflot serão entregues este ano mais oito SSJ 100, o avião regional da Sukhoi, construído em parceria com a italiana Leonardo, além de outros quatorze no próximo ano. A empresa espera confirmar uma carta de intenção para mais cem aviões do mesmo modelo, ampliando consideravelmente sua frota de jatos regionais.

Atualmente a Aeroflot possui um contrato firme para cinquenta MC-21, além de opção para mais 35 aeronaves do tipo. A expectativa é receber todos os aviões até 2026, podendo incluir um pedido extra que elevaria o total para 100.

O MC-21 é o primeiro avião comercial completamente desenvolvido na Rússia desde o final da União Soviética em 1991. O modelo se destaca por empregar uma série de soluções e sistemas ocidentais. Com capacidade próxima dos Airbus A320neo e 737 MAX 8, o jato russo ainda tem ambição de concorrer no mercado internacional com seus dois principais rivais, especialmente em mercados com pouco acesso a financiamentos atrativos, incluindo ex-países do bloco soviético, nações da África, América Latina e Ásia.

A Aeroflot tem seguido a cartilha do Kremlin que prevê se desfazer da influência dos Estados Unidos no país. A empresa anunciou que planeja se desfazer de todos os seus Boeing 737-800 e 777, que devem ser substituídos pelos MC-21, A320neo e A350XWB.

Contudo, os aviões da Boeing devem ser repassado para as subsidiárias da Aeroflot, como a Podeba, divisão de baixo custo, ficando com os 737-800 enquanto a Rossiya Airlines deverá receber os atuais 777.

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