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Empréstimos sem subsídios

Socorro para as aéreas brasileiras pode chegar apenas em maio

Objetivo do empréstimo especial é permitir que as companhias possam sobreviver à crise gerada pelo Covid-19


Empresas aéreas brasileiras deverão receber socorro emergencial para vencer crise gerada pelo Covid-19

Analistas acreditam que a ajuda prometida para as empresas aéreas brasileiras deverá ser disponibilizada apenas em maio, ante a expectativa inicial dos primeiros recursos serem liberados ainda este mês.

Recentemente o presidente-executivo da Gol, Paulo Kakinoff, anunciou que a ajuda poderia chegar nas primeiras duas semanas de março, mas a complexidade do acordo poderá postergar em alguns dias o aporte emergencial.

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No final de março, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou que esperava disponibilizar em abril uma linha especial de socorro as companhias aéreas, que tiveram quase 90% da malha suspensa.

Na ocasião, Montezano afirmou que o socorro seria feito na forma de um financiamento, sem subsídios, mas com juros competitivos, e voltado exclusivamente para a operação brasileira. Atualmente o valor negociado é de R$ 3 bilhões (US$ 570 milhões, aproximadamente) para as três maiores empresas, cujo montante foi fruto de uma negociação entre as companhias e o governo brasileiro.

A Latam Brasil, Gol e Azul responsáveis pela maior parte da oferta dos voos domésticos, pediram ajuda ao BNDES para obtenção de empréstimos para colocar as contas em dia durante a crise do coronavírus. No início de abril, a suspensão de voos em todo o mundo superou a marca de 80% da malha, em relação a 2019. No Brasil o impacto foi agravado pela escalada do dólar no mesmo período, que rompeu a barreira dos cinco reais.

Segundo o BNDES, os bancos privados, assim como credores e empresas de leasing estão sendo consultados para ajudar no resgate das companhias aéreas nacionais. Por ora, o setor financeiro tem mostrado disposição em renegociar dívidas e prazos. A Azul recentemente contratou um escritório especializado em processos de negociação de passivos para auxiliar no processo.

As empresas aéreas brasileiras e latino-americanas tem feito grande pressão para que os governos locais concedam um amplo socorro financeiro, especialmente depois dos Estados Unidos anunciarem um pacote emergencial de US$ 25 bilhões para as companhias aéreas nacionais, incluindo a possibilidade de parte do valor não ser reembolsado. Ainda que o modelo adotado pelo governo norte-americano aplique uma série de ressalvas as empresas de aviação, durante e após a crise, o socorro poderá evitar o colapso do setor aéreo.

O BNDES estipulou que as companhias que irão receber os empréstimos façam cortes nos bônus e investimentos executivos, além de suspender temporariamente o pagamento de dividendos.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 18/04/2020, às 13h00 - Atualizado às 17h57


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