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Disputa europeia

Ryanair recorre a Comissão Europeia contra apoio estatal para 'nova' Alitalia

Itália planeja lançar no segundo semestre uma empresa aérea estatal com aporte bilionário, contrariando as regras do bloco


Boeing 737 da Ryanair

Ryanair quer leilão de slots hoje pertencentes a Alitalia

A irlandesa Ryanair planeja recorrer à Comissão Europeia, órgão regulador de questões econômicas e financeiras da Europa, contra um aporte bilionário planejado pela Itália para criar uma nova empresa aérea.

A companhia que deverá substituir a atual Alitalia deverá receber vultuosos aportes estatais, contrariando uma série de normas europeias. Segundo Eddie Wilson, executivo da Ryanair, a empresa vai recorrer da proposta italiana, considerando a manobra desleal.

“Tenho a impressão de que não há nada de novo, o ITA [Italia Transporto Aereo] será apenas a extensão da Alitalia, com os mesmos problemas que se viam há décadas. O mesmo desperdício de recursos públicos em uma companhia aérea que hoje, como ontem, vai perder dinheiro”, disse Wilson, em entrevista ao jornal italiano La Repubblica.

O governo italiano está perto de fechar um acordo para injetar € 3 bilhões (R$ 18,5 bilhões) na futura Italia Transporto Aereo, uma nova companhia aérea mais enxuta que substituirá a atual versão da Alitalia.

Após uma série de crises administrativas e investimentos fracassados, a Alitalia foi liquidada e recriada algumas vezes nos últimos anos, mas não conseguiu reverter o modelo de negócios ineficiente.

A Ryanair quer que a Comissão Europeia exija a licitação dos slots nos aeroportos operados pela Alitalia de maneira competitiva, ao invés de autorizar apenas o repasse das autorizações atuais para a nova empresa aérea. A comissão deverá decidir sobre o assunto nas próximas semanas.

Com a escalada da crise no transporte aéreo na Europa, diversos governos passaram a injetar milhões de euros em suas respectivas companhias aéreas, criando uma situação perigosa para o futuro da aviação comercial local. A criação de uma empresa aérea estatal com aporte bilionário promete desiquilibrar a balança existente entre suporte público nos setores privados, mesmo em situações de crise.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 07/06/2021, às 10h00 - Atualizado às 14h16


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