Starliner faz parte da coleção da Lufthansa e será transladado dos Estados Unidos para a Alemanha
A Lufthansa está prestes a concluir a primeira fase de restauro de um raro Lockheed L-1649 Starliner, a última versão do Constellation. O avião que está sendo reformado em Auburn, no pequeno estado norte-americano do Maine, está pronto para ser embarcado para a Alemanha, onde será finalmente remontado.
O chamado Super Star passou por um longo e complexo processo de restauração, que levou mais de 10 anos. Porém, o anuncio da empresa alemã surpreendeu a equipe de restauração, que acreditava que o imponente avião seria colocado em condições de voo na própria oficina e trasladado voando até a Alemanha.
Porém, a Lufthansa não quer arriscar uma travessia transoceânica com o avião, que é atualmente o único L-1649 Starliner em condições de voo no mundo. Outro avião em boas condições, mas que necessita de uma complexa reforma está localizado em Polk City, na Florida, fazendo parte do acervo do museu Fantasy of Flight (aberto apenas durante a semana que ocorre o Sun ‘n Fun).
Os Starliner são os últimos modelos da família Constellation, que foram projetados inicialmente para a Trans World Airlines (TWA), contando com maior capacidade que os Super Constellations. O modelo se destacava pelo uso de quatro motores Wright R-3350 Duplex-Cyclone, de 3.700 hp cada, o que o tornava mais veloz que os Douglas DC-7C Seven Seas, atingindo 607 km/h de velocidade máxima e 467 km/h de velocidade de cruzeiro.
As asas tinham envergadura de 46 m, que aliado ao maior tanque de combustível, possibilitou um alcance de 10.500 km, voando a 560 km/h. Com isso o Starliner podia voar sem escaladas da Califórnia até a Europa, em regime de cruzeiro econômico ou voar entre paris e Nova York, a velocidade máxima, ganhando três horas em relação ao DC-7.
A Lockheed planejou uma versão equipada com os turbo-hélices Pratt & Whitney PT2G-3, que deveriam ampliar o alcance e a velocidade, mas a chegada dos Boeing 707 e Convair 880 levaram ao cancelamento do projeto.
A aeronave restaurada pela Lufthansa estava no Maine desde 1987, tendo sido adquirida pela empresa alemã em 2007. Ela se tornará parte da coleção Lufthansa de aviões históricos.
Você sabia?
O Constellation chegou a ter uma versão turbo-hélice. Foram desenvolvidos quatro aviões equipados com os motores Pratt & Whitney YT34-P12A, entregues a marinha dos Estados Unidos, onde receberam a designação R7V-2. Outros dois aviões equipados com os motores T34-P-6 foram entregues a força aérea norte-americana, onde receberam a designação YC-121F. Porém, ambos projetos foram cancelados poucos meses após os seis exemplares serem entregues.
Por Ernesto Klotzel e Edmundo Ubiratan
Publicado em 27/03/2018, às 13h00 - Atualizado às 13h35
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