Neste Halloween uma curiosa lista de caças da McDonnell que tiveram seus nomes inspirados no sobrenatural
Fantasma, demônio, Vudu, parecem mais termos para o Halloween (Dia das Bruxas), a famosa celebração que tem forte apelo entre jovens e crianças. Porém, foram nomes de caças produzidos pela McDonnell Aircraft Corportation, que em alguns casos rendeu muita polêmica nos Estados Unidos.
Afinal, um caça chamar demônio pode não ser a ideia mais divertida para alguns Congressistas, que chegaram inclusive barrar o uso do nome Satã ou Mitras, no caça F-4.
A McDonnell foi uma das mais notórias empresas do setor aeroespacial dos Estados Unidos, se destacando principalmente por seus caças, quase todos batizados com nomes do sobrenatural.
O primeiro protótipo de um caça interceptador da McDonnell, criado no final da Segunda Guerra, foi batizado de Bat, mas também chamado de Moonbat. O avião bimotor deveria ter sido um caça de longo alcance da então Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF, na sigla em inglês). O primeiro, e único, protótipo voou em 6 de janeiro de 1944, mas o projeto logo foi cancelado após o avião ter sido consumido pelo fogo causado por uma falha no motor, em 6 de setembro do mesmo ano.
O primeiro avião de relativo sucesso da McDonnell foi o FH Phantom, que voou pela primeira vez em 26 de janeiro de 1945, sendo introduzido em serviço pela Marinha dos Estados Unidos apenas em agosto de 1947. Criado como um caça a jato embarcado, o FH Phantom foi o primeiro jato a operar em um porta-aviões. Apenas 62 caças foram construídos, voando até meados de julho de 1954.
Mesmo com produção limitada o FH Phantom ajudou a estabelecer as bases para operação naval embarcada com aviões a jato.
O F2H Banshee foi um caça embarcado de grande sucesso, com 895 unidades produzidas e teve seu batismo de fogo na Guerra da Coreia. Seu bom desempenho em alta altitude tornou o F2H Banshee uma valiosa escolta para os bombardeiros pesados da força aérea dos Estados Unidos. Com a destruição de boa parte da infraestrutura de solo coreana, os F2H tiveram pouco confrontos diretos com aeronaves hostis, passando a realizar também missões de ataque ao solo, apoio aéreo aproximado e interdição.
Um dos mais audaciosos e insanos projetos da McDonnell foi o XF-85 Goblin, um caça parasita, que seria lançado dos bombardeiros B-36 Peacemaker. Com o alcance cada vez maior dos bombardeiros e a limitação dos caças a jato para voarem grandes distancias a ideia era que a escolta fosse transportada pelos próprios B-36, que lançariam os Goblin próximos do território inimigo. Após combater os caças rivais os XF-85 seriam recolhidos pelo “avião-mãe” e voltariam para as bases de origem. O projeto não passou a da fase de ensaios em voo, com apenas dois protótipos construídos.
Na década de 1950, Força Aérea dos Estados Unidos continuava exigindo um caça interceptador de grande alcance e velocidade. Surgiu assim a Century Series, os seis caças supersônicos que deram início a segunda geração de jatos de combate a jato. O F-101 Voodoo voou pela primeira vez em 1954 e foi introduzido em serviço em 1957, voando até 1984 no Canadá.
O F-101 foi criado originalmente como caça de escolta de longo alcance, mas logo se tornou um caça-bombardeiro tático para emprego de armas nucleares, além de servir como aeronave de reconhecimento fotográfico.
O F3H Demon é um caça embarcado com asas enflechadas, criado como sucessor do F2H Banshee. O avião realizou seu primeiro voo em agosto de 1951, sendo introduzido em serviço em março de 1956. O F3H foi o primeiro avião de asas enflechadas dos Estados Unidos a ser armado com mísseis. O desenvolvimento do caça ocorreu como uma necessidade de superar as características de voo do MiG-15, que foi um forte oponente as forças norte-americanas na Guerra da Coreia.
O F-4 Phantom II foi um dos mais poderosos caças de sua geração, com velocidade máxima de Mach 2.2 (aproximadamente 2.700 km/h) e velocidade de cruzeiro de longo alcance de 950 km/h. Com capacidade para transportar mais de 8.000 quilos de armamentos, distribuídos em nove pontos duros, o raio de combate era de 680 quilômetros. O arsenal disponível do F-4 era vasto, indo do canhão de 20 mm M61A1 Vulcan, aos mísseis AIM-9 Sidewinders, AIM-7 Sparrow, AGM-65 Maverick, entre outros. Além disso carregava diversas bombas, incluindo os armamentos nucleares B28EX, B61, B43 e B57. Foi um dos raros caças a voar tanto na Força Aérea quanto na Marinha dos Estados Unidos, além de ser capaz de operar em qualquer clima, sendo um interceptador, caça-bombardeiro e bombardeiro tático.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 31/10/2022, às 11h00 - Atualizado às 16h00
+lidas